Politica

PMDB vai esperar Lula para decidir sobre nomes do partido na CPI da Petrobras

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postado em 21/05/2009 08:42
O PMDB não negocia mais com o PT a indicação de integrantes dos dois partidos para a CPI da Petrobras no Senado. Detentores da maior bancada da Casa, os peemedebistas decidiram fechar um acordo diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem também costuram uma possível aliança em torno da candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Se depender de caciques da sigla, como o líder Renan Calheiros (PMDB-AL), a conversa com Lula será realizada no próximo fim de semana, tão logo ele retorne da viagem à China. No encontro, seria traçada a estratégia de atuação na comissão e definidos os soldados que defenderão o governo. ;O PMDB não quer saber de ficar sujeito a orientações do Aloizio Mercadante e do José Múcio;, diz um senador próximo a Renan e habitué de reuniões no Palácio do Planalto, referindo-se, respectivamente, ao líder do PT e ao ministro de Relações Institucionais. Pelo menos dois motivos justificam a decisão peemedebista. Primeiro, a legenda se sente cada dia com mais força para negociar com Lula e atropelar os petistas, seja porque é o par preferencial para as eleições presidenciais de 2010, seja porque encenará, como sempre, o papel de fiel da balança na CPI. O segundo motivo é mais comezinho. Trata-se da disposição de Renan de ir à desforra com Mercadante e Múcio. A relação do líder do PMDB com o ministro está estremecida desde a eleição para a Presidência do Senado. Na época, Renan acusou Múcio de trabalhar pela vitória de Tião Viana (PT-AC). Chegou a tachá-lo de ;petista;, acrescentando um tom pejorativo à alcunha. Em público, Múcio sempre disse que atuou em favor de Tião cumprindo ordens de Lula. Nos bastidores, no entanto, lembrava que era alvo das críticas do PT por supostamente agir a fim de garantir a vitória de José Sarney (PMDB-AP), o que ocorreu. A animosidade entre Renan e Mercadante é ainda maior. O primeiro já deixou claro não aceitar o segundo em cargos de chefia da CPI. Também não admite mover uma peça sequer para fortalecê-lo. É esse quadro conflagrado, no qual o PMDB se apresentará como imprescindível, que será levado a Lula. Mantido o cronograma atual, os partidos governistas indicarão seus representantes na comissão na próxima terça-feira. Ontem, o líder do governo na Casa, Romero Jucá (RR), fez elogios ao Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), nome ventilado pela oposição para presidir a CPI. Apoiar ACM Júnior é um opção cômoda para o PMDB. Quem preside a investigação parlamentar não chega a ter os mesmos poderes do relator, autor dos requerimentos que propõem, por exemplo, a quebra de sigilo bancário e fiscal de investigados. Mas ter alguém da oposição como presidente faz aumentar a dependência do Planalto em relação ao partido. No plenário, os tucanos decidiram reivindicar mais uma cadeira na CPI ; os adversários de Lula têm direito a três das 11 vagas ; sob o argumento que a divisão não respeitou o tamanho das bancadas, citando outras CPI onde a divisão ficou sete a quatro. O presidente Sarney, no entanto, brecou a possibilidade de rever essa proporção. Ele reafirmou a distribuição feita pela Secretaria-Geral da Mesa respeitou o Regimento Interno ao pé da letra. Os senadores do PSDB ainda partiram para a obstrução da pauta para reinvindicar o comando da CPI. Eles aceitaram votar apenas indicações de autoridades no plenário do Senado, mas vão tentar impedir a análise de medidas provisórias que trancam a pauta de votações da Casa.

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