postado em 22/05/2009 14:22
Um grupo de petistas no Rio Grande do Sul ignorou a resolução do Diretório Nacional do partido e manteve a pré-candidatura do ministro Tarso Genro (Justiça) para o governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2010. Esses petistas divulgaram um "manifesto de apoio" e convocaram os militantes a empunharem a candidatura de Tarso.
A cúpula petista proibiu o lançamento de pré-candidaturas aos governos estaduais até fevereiro de 2010 --quando será realizado congresso nacional do PT para oficializar o nome da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como candidata do partido. Na ocasião, o presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini, se manifestou sobre o caso específico no Rio Grande do Sul. "Obviamente, o diretório do PT do Rio Grande do Sul terá que se reunir para adaptar sua estratégia a essa resolução. Não estão autorizados (a realizar prévias)", afirmou.
O grupo ligado ao ministro, no entanto, encaminhou um e-mail nesta sexta-feira com o primeiro informativo do movimento entitulado "Pra Unir o PT o Governar o Rio Grande". "Nosso movimento apoia a pré-candidatura do companheiro Tarso Genro e queremos convidá-lo a participar da construção de nossa grande vitória em 2010", afirma o manifesto.
O texto também justifica a escolha: "Além de ser a candidatura mais competitiva do partido, Tarso participou das principais experiências políticas e de governo do PT no Rio Grande do Sul e no país." Outro lado.
A deputada estadual petista Stela Farias negou que seus correligionários no Estado estejam contrariando a campanha. Ela afirmou que os militantes do partido estão apenas debatendo as candidaturas internamente. "Na opinião do PT isso não se choca com a posição da direção nacional", disse a deputada à Folha Online.
Além de Tarso, os outros pré-candidatos são o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, e o deputado estadual Adão Villaverde.
Ao invés de realizar prévias, o PT gaúcho mudou o método de escolha dos candidatos. Até o dia 24 de junho, o partido vai se reunir para a eleição dos delegados, que, por sua vez, vão escolher o candidato nos dias 18 e 19 de julho. A diferença em relação às prévias é que, neste caso, quem vota são os militantes. "Nós já definimos que não teremos prévia. Essa é uma primária interna do partido. Vamos varrer o Estado discutindo não apenas as pré-candidaturas, mas também os problemas estaduais", afirmou Stela. "O PT do Rio Grande do Sul tem sua própria agenda política."