postado em 22/05/2009 19:03
Apesar de mostrar resistência em participar do interrogatório dos colegas do Conselho de Ética, o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) confirmou ao presidente do órgão disciplinar, José Carlos Araújo (PR-BA, que vai comparecer ao depoimento. A reunião foi marcada para terça-feira. Edmar alegou que enfrenta problemas de saúde e que não poderia passar pelo desgaste de mais uma reunião.
O deputado apresentou sua defesa ao Conselho na quarta-feira e disse que seu processo por quebra de decoro parlamentar "foi um cala boca" e que ele foi o "boi de piranha" para desviar o foco dos escândalos que mergulharam a Câmara no início do ano. Edmar, que chegou a ensaiar um choro, afirmou ainda que foi perseguido politicamente e se esforçou em atacar o DEM --seu antigo partido.
Edmar, que é acusado de usar irregularmente a verba indenizatória, tentou desqualificar o relatório apresentado pela Comissão de Sindicância que foi criada pela Câmara para avaliar as denúncias de que teria aplicado recursos públicos em empresas fantasmas de sua propriedade.
Foi a partir do trabalho da comissão que seu processo foi encaminhado ao órgão disciplinar. Edmar questionou o argumento da sindicância de que não seria possível comprovar a prestação de serviço de suas empresas de segurança. Edmar apresentou uma declaração do tenente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais, Jairo Lima, confirmando que fazia segurança particular para o deputado.
"Agora, vai ser preciso filmar o itinerário que um deputado fizer ao precisar ir almoçar porque em tese o combustível é para a atividade parlamentar. Vai ter que filmar também quem for almoçar depois de um encontro político porque só o testemunho por escrito do garçom não vai valer. Simplesmente é ridículo apoiar o argumento dessa representação", afirmou.
Ao criticar o relatório, Moreira questiona o cálculo apresentado pela Comissão de Sindicância que coloca sob suspeita o trabalho dos seguranças que eram pagos com recursos da Câmara. De acordo com a comissão, para justificar os gastos com os três seguranças, eles teriam que trabalhar 28 horas por dia.
O deputado afirma que seus seguranças, um chefe de equipe e dois agentes trabalhavam, em média, 9 horas por dia.
Moreira afirma que acusações dos integrantes da comissão não se comprovam e que eles foram motivados apenas por recortes de jornais que não conseguiram mostrar se havia alguma ilegalidade na aquisição do castelo no valor de R$ 25 milhões, localizado no interior de Minas Gerais. Edmar disse que não tinha ilegalidade na construção do castelo e foi irônico. "Qual foi o crime que cometi sendo que não era homem público? Quando terminei a obra do castelo não tinha mandato eletivo. Qual foi o erro que cometi ao querer levar para minha cidade de origem um empreendimento hoteleiro que vai gerar emprego e renda. Quis o destino que fosse em formato de castelo, mas poderia ter um formato de iglu, formato piramidal, mas foi um castelo como decidiram os arquitetos", disse.