postado em 25/05/2009 12:07
Em mensagem postada em seu blog, o delegado da PF (Polícia Federal) Protógenes Queiroz nega ter se filiado ao PDT. Protógenes --que está afastado da corporação enquanto é alvo de um processo administrativo-- ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
"Recebo a notícia com respeito e surpresa, pois não sou filiado a nenhum partido político e a minha condição ideológica atual é disseminar e resgatar o debate à ética, moral, os símbolos nacionais e sobretudo o combate à corrupção", disse ele se referindo à nota publicada no blog de Reinaldo Azevedo.
Apesar da própria negativa, o próprio Protógenes admitiu que era pressionado pela população a entrar na política. "A população está me conduzindo a este processo", disse ele. "Há uma pressão pública para isso".
Em abril, a coluna da Mônica Bergamo, publicada na Folha, informou que o grupo de apoio do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, se reuniu com Paulinho.
De acordo com a coluna, Paulinho defende que Protógenes seja candidato a deputado federal por um partido mais robusto --como o PDT. Desde que foi afastado da Operação Satiagraha, Protógenes vem recebendo o apoio de parlamentares do PSOL. Alguns até defendem a candidatura dele para a Presidência da República.
A PF afastou Protógenes até o final do processo disciplinar instaurado contra ele por participação em um comício político, em Minas Gerais, no qual teria feito um discurso em nome da instituição.
O processo pode resultar na demissão do delegado se, ao final das investigações, ficar comprovado que ele infringiu as normas da PF ao falar pela instituição durante o comício político.
Ele deu apoio ao candidato do PT Paulo Tadeu Silva D´Arcádia, candidato a prefeito de Poços de Caldas (MG), em comício realizado em setembro passado. O processo tem prazo de duração de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
Protógenes já responde a um segundo processo disciplinar na Polícia Federal por suspeitas de vazamento de informações da Operação Satiagraha.
O delegado nega que tenha falado em nome da instituição durante o comício e ameaça recorrer à Justiça caso seja demitido pela PF no final do processo. Protógenes disse que o processo é uma "indignação", um ato que merece "uma reparação do Poder Judiciário".