Politica

Aliados vão usar regimento para atrasar o começo da CPI da Petrobras do Senado

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postado em 25/05/2009 20:23
A base aliada vai usar todo o tempo previsto pelo regimento interno do Senado para indicar os senadores que vão integrar a CPI da Petrobras. Com a disposição de atrasar o início das investigações, os governistas articulam nomes alinhados com o Palácio do Planalto para evitar arranhões na imagem da empresa. O PMDB, partido que tem direito a pelo menos três das oito vagas de titulares na CPI, pretende formalizar as indicações amanhã --quando termina oficialmente o prazo previsto pelo regimento. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse a interlocutores que vem encontrando dificuldades para escolher os peemedebistas que vão compor a comissão diante do excesso de senadores da bancada interessados em participar das investigações. Em ano pré-eleitoral, muitos parlamentares estão dispostos a integrar a CPI para ganhar visibilidade e poder de barganha junto ao Poder Executivo. A demora do líder governista também evita que a comissão já se reúna esta semana. Com o fim do prazo para os líderes indicarem os integrantes da comissão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ainda pode demorar pelo menos três dias para escolher integrantes da comissão que não forem indicados pelos líderes partidários. Na prática, a CPI da Petrobras deve ser instalada oficialmente na semana que vem. Os governistas apostam na demora para a instalação efetiva da CPI uma vez que o PSDB decidiu recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado para reivindicar mais uma vaga entre os titulares da comissão. Os tucanos argumentam que a distribuição de oito cadeiras para a base aliada governista e três para a oposição não corresponde à divisão das bancadas partidárias na Casa. O PSDB quer que a oposição fique com quatro vagas e titulares, contra sete dos governistas. Sarney já negou oficialmente o pedido dos tucanos, mas o PSDB promete levar a briga à CCJ --o que pode também adiar o início dos trabalhos da CPI. Conversa Renan se reuniu hoje por cerca de meia hora, sozinho, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a CPI da Petrobras. Aliados do peemedebista negam que ele tenha barganhado cargos no Poder Executivo em troca de indicações de senadores mais alinhados ao Palácio do Planalto para a comissão. O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) disse que não houve pedidos, uma vez que Lula não vai interferir na escolha dos senadores. Na segunda parte do encontro, o senador Gim Argello (PTB-DF) e os ministros Múcio e Franklin Martins (Comunicação Institucional) participaram das discussões. O líder do PMDB já decidiu que não vai indicar os quatro senadores do partido que assinaram o requerimento de criação da CPI: Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Mão Santa (PMDB-PI) e Geraldo Mesquita (PMDB-AC). Como o PMDB orientou a bancada a não aderir à criação da CPI, Renan não está disposto a escolher senadores que desrespeitaram a sua determinação. Os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) já se mostraram dispostos a integrar a CPI. Jucá é cotado para assumir a relatoria, mas Renan nega já ter definido os nomes dos peemedebistas que vão integrar a comissão.

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