postado em 25/05/2009 20:32
O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), afirmou hoje (25) que, se a base aliada do governo na Casa ficar com a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, "as investigações ficarão sob suspeita". As declarações do senador foram dadas em resposta ao que disse, também hoje, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, que defendeu que os partidos da base do governo fiquem com os dois mais importantes cargos da CPI.
A opinião pública vai entender [se os governistas ficarem com a direção da CPI] que o governo deve ter muita coisa a esconder, disse Agripino, acrescentando que representantes do PMDB e do PBT, que compõem a base do governo, disseram a ele que a intenção dos partidos seria a de compartilhar a direção dos trabalho com a oposição.
Uma CPI que parta, tendo o presidente e o relator de um lado só, é uma CPI de um lado só e os seus resultados estarão, seguramente, sob dúvida. Porque será uma investigação de gente que só quer puxar o resultado para um único lado. Não há ponto e contraponto, argumentou o líder democrata.
Agripino acrescentou que a possibilidade de o governo assumir os dois principais postos da CPI também estimularia o confronto e a politização do debate. Queremos fazer essa investigação sem politização, sem emoção, com profundidade e com aspecto técnico prevalecendo, de modo que a Petrobras ganhe com isso, saia mais limpa do que entrou e que a União e os investidores fiquem tranquilos, disse Agripíno.
Já o senador João Pedro (PT-AM) disse que a intenção da oposição é politizar e desqualificar o governo para obter ganhos políticos face s próximas eleições presidenciais do ano que vem. É um discurso político, que tenta desqualificar. Temos que jogar e jogar duro, afirmou o petista.
Como o PSDB não brinca em politizar este ano antes da eleição, tentando desqualificar, tentando desgastar [o governo], temos que jogar duro no sentido de fazer a defesa do governo e da Petrobras enquanto patrimônio, não só do governo, mas da sociedade brasileira, disse João Pedro.