postado em 26/05/2009 16:08
O Conselho de Ética da Câmara começou nesta terça-feira a segunda parte do depoimento do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG). O deputado será interrogado pelos integrantes do órgão disciplinar e o relator do caso, Nazareno Fonteles (PT-PI). O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), informou ao colegiado que uma das testemunhas de defesa de Edmar não vai prestar esclarecimentos.
O tenente reformado da Polícia Militar de Minas Gerais, Jairo Lima, disse que já tinha contribuído com os possíveis esclarecimentos sobre o caso ao conselho ao entregar uma declaração confirmando que fazia segurança particular para o deputado.
Moreira é acusado de uso irregular de verba indenizatória. Ele teria pago serviços em suas próprias empresas de segurança. Segundo relatório apresentado pela Comissão de Sindicância criada pela Câmara para avaliar as denúncias, não há como comprovar que os serviços foram prestados.
Moreira afirma que acusações dos integrantes da comissão não se comprovam e que eles foram motivados apenas por recortes de jornais que não conseguiram mostrar se havia alguma ilegalidade na aquisição do castelo no valor de R$ 25 milhões, localizado no interior de Minas Gerais.
O deputado apresentou sua defesa ao colegiado na última quarta-feira. Ele disse que seu processo por quebra de decoro parlamentar foi "um cala boca" e que ele foi o "boi de piranha" para desviar o foco dos escândalos que atingiram a imagem da Câmara desde o início do ano.
No depoimento da semana passada, Edmar, que chegou a ensaiar um choro, afirmou que foi perseguido politicamente e atacou o DEM --seu antigo partido. E ironizou as suspeitas sobre a construção do castelo.
"Qual foi o crime que cometi sendo que não era homem público? Quando terminei a obra do castelo não tinha mandato eletivo. Qual foi o erro que cometi ao querer levar para minha cidade de origem um empreendimento hoteleiro que vai gerar emprego e renda. Quis o destino que fosse em formato de castelo, mas poderia ter um formato de iglu, formato piramidal, mas foi um castelo como decidiram os arquitetos", disse ele na semana passada.