postado em 26/05/2009 18:43
Os deputados Edmar Moreira (Sem partido-MG) e Sérgio Moraes (PTB-RS) fizeram uma espécie de ping-pong durante a reunião de hoje do Conselho de Ética. Moraes deixou a relatoria do processo contra Edmar após dizer que "se lixava" para a opinião pública e sinalizar que engavetaria o caso. O petebista fez perguntas que ajudaram a reforçar a tese de defesa de Edmar de que não haveria restrições para utilizar a verba indenizatória.
Moraes inclusive questionou o fato de o comando da Câmara não ter tomado nenhuma medida para investigar os deputados envolvidos nos escândalos da farra das passagens. "Uma pergunta feita pelo meu menino de 11 anos pode nos ajudar muito aqui. Ele disse: "pai, os tios estão brabos porque ele pegou ou por que ele não pegou o dinheiro?´ A dúvida aqui nossa é se ele usou em benefício próprio ou não a verba. Em contrapartida, aqueles que usaram as passagens em benefício próprio --usaram dinheiro do povo para levar família, amigos para o carnaval-- estes estão tranquilos. O meu menino tem razão, aqueles que se comprovou que pegou, estão liberados, quem ainda tem dúvida, se investiga", disse ele.
Edmar mostrou tranquilidade com o interrogatório de Moraes. Em uma das respostas, o deputado insinuou que as denúncias de abuso no uso da verba indenizatória e as suspeitas sobre a origem dos recursos para construir seu castelo no interior de Minas Gerais, avaliado em R$ 25 milhões, foram lançadas por seu antigo partido, o DEM.
Apesar disso, Edmar não respondeu às perguntas da deputada Solange Amaral (DEM-RJ) e evitou se posicionar em alguns questionamentos do atual relator do caso, Nazareno Fontelles (PT-PI ).
O deputado do castelo deixou o DEM após a eleição para a Mesa da Câmara. Ele ignorou a indicação do partido, apresentou sua candidatura avulsa ao cargo de segundo-vice-presidente e foi eleito. O deputado renunciou ao cargo após as denúncias. "Seria leviandade da minha parte afirmar quem entregou para imprensa, mas quem ficou insatisfeito com a minha eleição foi meu ex-partido, o DEM.".
Em outro momento, Edmar afirmou que começou a utilizar serviços de segurança particular sem nenhum motivo específico, mas para preencher uma lacuna do poder público. "O meu ramo de serviço, minha atividade requer a parte preventiva. O mais importante da segurança é a prevenção. Quando não há prevenção, ocorre o fato. Então tem também que eu sempre viajei muito, tenho muitos empregados. Desde 1970 tenho trabalhos na área de segurança e até comandei presídio. Agora, o que é preciso deixar claro é que uso a segurança por causa daquela lacuna que o poder público está se omitindo", disse.