postado em 26/05/2009 21:17
A quatro horas do fim do prazo para a indicação dos senadores que vão integrar a CPI da Petrobras no Senado, o PMDB ainda não conseguiu definir quais os parlamentares da legenda que serão designados para a comissão. O partido é considerado o "fiel da balança" na CPI porque ficará com pelos menos três das 11 vagas de titulares da comissão.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que vai usar todo o prazo previsto pelo regimento da Casa para escolher os senadores do partido que vão compor a comissão. O prazo termina à meia-noite desta terça-feira. "É uma tarefa difícil, eu vou usar o prazo até o último momento. A dificuldade maior é convencer quem não vai ser indicado já que somos uma bancada grande, de 20 senadores", afirmou Renan.
Segundo o líder, o partido está disposto a indicar senadores que tenham "a mais absoluta isenção" para conduzir as investigações. "É importante que tenhamos na comissão pessoas que representem o partido, que contem com o apoio da bancada", afirmou.
Renan já decidiu que não vai indicar para a comissão os senadores Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Mão Santa (PMDB-PI), Pedro Simon (PMDB-RS) e Geraldo Mesquita (PMDB-AC). Os quatro assinaram o requerimento que pediu a criação da CPI mesmo com a orientação contrária da bancada.
Nos bastidores, Renan articula nomes do PMDB que sejam alinhados ao Palácio do Planalto. Em ano pré-eleitoral, o governo teme o uso político da comissão que possa trazer prejuízos à imagem da Petrobras e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência da República.
Disputa Renan disse que o governo não está disposto a ceder a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras à oposição, apesar da pressão contrária do DEM e PSDB. O senador nega que já esteja negociando os cargos de comando da comissão, mas já comunicou o senador Agripino Maia (DEM-RN) de que os governistas vão fazer valer o direito de ficarem com a presidência e a relatoria da CPI.
"Criar CPI é um direito constitucional da minoria, mas quem vai ser presidente da comissão, essa é uma decisão que caberá à maioria", afirmou.
Renan disse, porém, trabalhar para um acordo com a oposição com o objetivo de evitar o acirramento da disputa política na Casa. A oposição avisou que vai obstruir as votações no plenário do Senado caso o governo não ceda a presidência da CPI ao DEM ou PSDB.
"Eu defendo o acordo, se tivermos, será o melhor. O ideal era se chegássemos a um acordo para, por consenso, escolhermos o presidente e o relator da CPI", afirmou.