postado em 27/05/2009 17:30
A oposição desistiu de lançar o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) para a presidência da CPI da Petrobras. Com a decisão da base aliada do governo de ficar com os dois cargos de comando da comissão, a oposição reconhece que não terá votos para disputar a presidência com um nome indicado pelos governistas.
Dos 11 senadores titulares da comissão, oito são da base aliada do governo --o que na prática inviabiliza uma candidatura de oposição. "Eu seria candidato se houvesse acordo dos partidos, mas marcar posição para nada não vale a pena", disse ACM Júnior.
O senador afirmou que, apesar da oposição ter perdido a "batalha" na luta pela presidência da comissão, está disposta a vencer a "guerra" na CPI pelas investigações na estatal. "Nós queremos investigar da mesma maneira. Não queremos perder a guerra de jeito nenhum", afirmou.
Na "guerra" pela disputa de cargos na CPI, a oposição promete obstruir as votações do plenário do Senado em protesto contra o monopólio governista no comando da comissão. As bancadas do DEM e do PSDB só estão dispostas a votar a medida provisória que fixa em R$ 465 o valor do salário mínimo --tema que deve entrar em pauta esta semana. Nas demais matérias, os partidos prometem obstruir as votações para retaliar o comportamento dos governistas na CPI da Petrobras.
Instalação O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vai instalar oficialmente a CPI na próxima terça-feira. Definidos os nomes dos senadores que vão integrar a comissão, Sarney tem a prerrogativa de instalar a comissão para que os parlamentares comecem as investigações sobre suspeitas de irregularidades na estatal.
Como não há acordo entre governo e oposição para a escolha do presidente e do relator da CPI, a expectativa é que dois parlamentares da base aliada do governo sejam eleitos com facilidade para os dois cargos de comando da comissão. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é cotado para assumir a relatoria dos trabalhos, enquanto a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) deve ser lançada à presidência da comissão.
Ideli manteve a lei do silêncio ao longo desta quarta-feira. A senadora evitou dar entrevistas ou comentar as especulações sobre a suposta escolha do seu nome para presidir a comissão. Ao ser abordada por jornalistas, a senadora apenas acena ou fala ao celular --mas se mantém calada sobre o assunto CPI da Petrobras.