postado em 31/05/2009 08:21
A possibilidade de adiar a decisão sobre a troca de partido tem alimentado a pretensão dos parlamentares eleitos pelo Distrito Federal ; de distritais a senadores ; que planejam 2010 não só do ponto de vista das legendas aos quais estão filiados hoje. Boa parte dos pré-candidatos às próximas eleições levam em conta cenários com siglas diferentes das quais estão abrigados, sinal de que se a janela para a fidelidade for aberta, com ela também será escancarada a porta do troca-troca.
Com a perspectiva de ganhar um ;chorinho; de seis meses para mudar de partido, os parlamentares podem avaliar melhor as alternativas em que têm chances de faturar a eleição. A numerosa lista de pré-candidatos do DEM ; pelo menos cinco ; às duas vagas do Senado Federal, por exemplo, deve motivar a saída de alguns nomes da legenda.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM), secretário dos Transportes do DF, está entre os entusiastas da regra que permite a troca de partido até seis meses antes das eleições. Pré-candidato declarado para concorrer ao Senado Federal, Fraga pode ter de disputar a indicação com nomes de peso, como o do atual vice-governador, Paulo Octávio (DEM) ; o que ocorrerá se o ex-senador abrir mão de brigar pela candidatura ao governo com Arruda.
Para concorrer pelo DEM, Fraga também teria antes de se digladiar com o senador Adelmir Santana (DEM), que ocupou a vaga com a saída de Paulo Octávio para o governo e não pretende deixar o gabinete sem antes testar a popularidade nas urnas. ;É uma questão de lógica, sou o senador do partido, me viabilizei para isso. Portanto, não admito a hipótese de desistir da minha condição de pré-candidato com o apoio dos democratas;, avisa o senador. Além dele, o deputado federal e atual secretário de Trabalho, Bispo Rodovalho (DEM), e o distrital Júnior Brunelli não tiram da cabeça a ideia fixa de saírem para o Senado.
Congestionamento
Como a matemática não fecha: candidatos demais para vagas de menos, começaram as conversas sobre prováveis mudanças. ;Pretendo disputar a vaga ao senado pelos democratas, mas não abro mão da candidatura, por isso se a única forma de me lançar com a benção do meu partido for em outra legenda, então eu vou;, assegura Fraga. Ele cogita ir para o PSDB, apesar de temer a resistência do presidente do partido local e secretário de Obras, Márcio Machado, que nos bastidores avalia Fraga como um político de temperamento difícil. Mas Fraga tentará abrir as portas do nicho tucano pelo caminho nacional. ;Tenho bons amigos dentro do PSDB e já tive uma boa conversa com Sérgio Guerra (senador por PE, presidente nacional do partido).;
Adelmir Santana também não descarta a possibilidade de concorrer ao Senado por outra sigla. ;Sou candidato pelo DEM e um soldado do partido. Só aceito mudar de legenda se o movimento for fruto de um entendimento entre a cúpula nacional e a local dos democratas;, diz o senador em exercício. A substituição de partido também é uma hipótese considerada tanto pelo deputado federal Bispo Rodovalho quanto pelo distrital Júnior Brunelli. Os dois têm como base eleitoral o público evangélico e julgam que, a contar pelo rebanho, têm chances de disputar o posto de senador, um dos argumentos que será usado na hora da negociação com outros partidos. ;O partido está sobrecarregado, por isso não descarto a saída se houver chance de fazer isso dentro da lei;, sinaliza Rodovalho.