postado em 01/06/2009 18:22
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, alertou hoje que a CPI da Petrobras, que será instalada hoje no Senado, pode paralisar a companhia. "Não gostaríamos que a CPI se transformasse em alvo de investigação para descobrir o que investigar", disse hoje, em entrevista na Unidade de Negócios da Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, no sul do Paraná, a cerca de 150 quilômetros de Curitiba. "Não porque investigar seja ruim, mas o problema é que isso poderá vir a paralisar a companhia."
Segundo ele, cada assunto a ser discutido envolverá muitas pessoas para responder ou fazer levantamentos de informações. "Vamos fazer todos os esclarecimentos necessários para todas as questões que existirem", garantiu. Para isso, Gabrielli pretende alterar sua rotina de trabalho, com a permanência de dois dias por semana em Brasília dedicados somente à CPI. "O dia vai ter mais que 24 horas agora", acentuou.
A iniciativa de falar sobre a CPI na entrevista coletiva sobre os 55 anos do início da exploração de xisto no País foi do próprio presidente, quando explanava sobre os US$ 174,4 bilhões a serem investidos até 2013. "O plano de investimentos atrai várias atenções e esperamos que a iniciativa das investigações sobre fatos determinados não atrapalhe nosso setor de investimentos, esperamos que as iniciativas, particularmente do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), não venham a atrapalhar os investimentos, particularmente no Estado do Paraná", afirmou.
No mesmo tom, o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, alertou: "Se parar investimentos vai parar contratos, se parar contratos vai ter demissões". Segundo ele, o País será prejudicado. "Alguém depois vai ter que explicar esses prejuízos", acrescentou. Gabrielli, que retornou domingo de viagem ao exterior, disse que ainda não há repercussão internacional sobre a Petrobras em função da CPI. "A continuidade dessa campanha, a permanente presença da Petrobras não mais nas páginas econômicas, mas nas páginas políticas e de denúncias dos jornais, evidentemente vai impactar sobre a reputação da Petrobras", lamentou.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que acompanhava Gabrielli, disse que "aparentemente" a oposição tem a CPI como única estratégia de atacar o governo. "Passaram o ano passado todo torcendo para que a crise fizesse arrefecer o ritmo de crescimento, causasse problema social no País porque isso provavelmente diminuiria a popularidade do governo e levaria alguma vantagem para eles", afirmou. "É uma irresponsabilidade grande, uma forma de tentar criar problema, procurar problemas para ver se criam constrangimento.