Politica

Base aliada aguarda devolução de relatoria da CPI das ONGs para instalar CPI da Petrobras

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postado em 02/06/2009 17:47
A base aliada do governo no Senado promete instalar a CPI da Petrobras somente depois que a oposição devolver a relatoria da CPI das ONGs (organizações não-governamentais) ao senador Inácio Arruda (PC do B-CE). O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), admitiu que os governistas atrasaram o início dos trabalhos da CPI da Petrobras para evitar que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) fique em definitivo na relatoria da CPI das ONGs. "Está nas mãos da oposição. Queremos o cumprimento do acordo na CPI das ONGs. O relator nos pertence, não pode ser trocado dessa forma", disse Mercadante. O petista argumenta que Arruda foi retirado da relatoria da CPI das ONGs de forma "arbitrária" pelo presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). "Na nossa visão, o cargo de relator pertence à base do governo porque foi esse o entendimento. O senador Inácio Arruda faz um trabalho há um ano nesta CPI, foi retirado de forma arbitrária. Ele estava como membro titular quando foi retirado, foi suplente somente por algumas horas. Não há razão para não continuar", afirmou. A confusão foi provocada depois que os governistas indicaram Arruda para titular da CPI da Petrobras. Como um parlamentar não pode ocupar duas CPIs simultaneamente como titular, Arruda passou automaticamente a suplente da CPI das ONGs --e com isso perdeu a relatoria. O regimento do Senado permite que apenas senadores titulares ocupem ocupar postos de comando das comissões. Os governistas voltaram atrás na troca depois que Heráclito entregou a relatoria a Virgílio. Arruda voltou a ser titular da CPI das ONGs e, agora, os governistas reivindicam a relatoria da comissão novamente para o parlamentar. Heráclito disse à Folha Online que admite o retorno do senador à comissão como titular, mas afirmou que ele não volta mais para a relatoria. Suspensão Com o impasse na CPI das ONGs, a base aliada governista suspendeu a instalação da CPI da Petrobras prevista para esta terça-feira. O senador Paulo Duque (PMDB-RJ), o mais velho dos integrantes da comissão, abriu e encerrou os trabalhos da CPI sem instalar oficialmente os trabalhos de investigação. Oficialmente, Duque disse que suspendeu os trabalhos porque não havia quórum em plenário pouco depois das 14h --horário previsto para a instalação da CPI. Minutos depois, porém, senadores da oposição chegaram à CPI para a abertura dos trabalhos. A oposição ficou surpresa com a postura de Duque. Líderes do DEM e PSDB acusaram o senador de agir a mando de líderes governistas para impedir a instalação da CPI --uma vez que não há acordo dentro da base aliada para a escolha do presidente e do relator da comissão. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou que a oposição vai reagir contra a postura dos governistas no plenário da Casa obstruindo as votações. "Há uma briga interna entre eles. O fato é que o dever básico de instalar a CPI não foi cumprido. A desfaçatez não tem limites, vamos reagir no plenário", afirmou.

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