Politica

Múcio diz que divergências na base aliada podem atrasar início da CPI da Petrobras

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postado em 02/06/2009 19:21
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) admitiu nesta terça-feira que as divergências dentro da base aliada governista para a escolha do presidente e do relator da CPI da Petrobras podem atrasar o início das investigações. O ministro disse, porém, que o governo não teme ficar "refém" do PMDB apesar da disputa entre o partido e o PT para a indicação dos cargos de comando da comissão. "São os dois maiores partidos da base do governo, eles têm consciência da responsabilidade que têm com o governo, que têm nessa CPI, que têm em relação ao enfrentamento da CPI da Petrobras. [...] O que precisamos é manter o equilíbrio, não estabelecer nenhuma queda de braço dentro da própria base, para que não hajam conflitos, afirmou. Múcio disse que o governo não está preocupado com a pressão do PMDB pelos cargos de comando da comissão --embora nos bastidores os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aloizio Mercadante (PT-SP) não tenham conseguido chegar em um acordo para as indicações. "O PMDB não faria isso. O governo não pode se sentir assim. Temos muito tempo pela frente. O que temos que nos preocupar é que as questões eleitorais de 2010 não contaminem um ano tão difícil como esse de 2009, um ano em que estamos enfrentando a crise", afirmou. Múcio negou que a manobra adotada pelos governistas para atrasar o início dos trabalhos da comissão tenha como objetivo impedir a sua instalação na Casa Legislativa, mas admitiu que o governo não é favorável às investigações. "Se você disser que gostamos de CPI, não gostamos hora nenhuma, achamos que atrapalha. Desde o início, não escondemos isso. A CPI muitas vezes inibe um trabalho, uma operação. Mas preocupação, nenhuma. Estamos pensando uma oportunidade nessa CPI de mostrar à sociedade a importância da CPI da Petrobras", afirmou. Múcio disse acreditar que o impasse para a escolha do presidente e do relator da CPI da Petrobras seja superado em curto prazo. O ministro se reuniu nesta terça-feira com o presidente em exercício do Senado, Marcone Perillo (PSDB-GO), para discutir a instalação da CPI. Impasse Apesar de reconhecer a disputa nos bastidores da base aliada, Múcio manteve o discurso dos governistas que o impasse na relatoria da CPI das ONGs foi responsável por atrasar o início dos trabalhos da CPI da Petrobras. "Resolvida a questão das ONGs, aí vai [a CPI da Petrobras]. Os nomes estão indicados, falta apenas o PT e o PMDB se afinarem para ver quem é presidente e relator", disse. Na opinião do ministro, a decisão dos governistas de atrasar o início da CPI não foi uma "manobra" que teve como objetivo fazer a base aliada ganhar tempo para se entender internamente. "Não foi manobra. Manobra não é uma coisa simpática. Nós achamos apenas que temos que resolver uma coisa de cada vez. Não podíamos ter dois problemas, podia de uma forma contaminar a outra." Os governistas estão irritados com a decisão do presidente da CPI das ONGs, Heráclito Fortes (DEM-PI), de designar o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para a relatoria da comissão. Virgílio assumiu o cargo depois que o antigo relator, senador Inácio Arruda (PC do B-CE), se tornou suplente da CPI das ONGs para assumir uma cadeira de titular na CPI da Petrobras. O regimento interno do Senado impede que um senador seja titular de duas CPIs simultaneamente, por esse motivo Arruda foi destituído da relatoria da CPI das ONGs. Os governistas tentaram reverter a manobra atrapalhada e transformaram novamente Arruda em titular da CPI --mas Heráclito disse que não vai voltar atrás e tirar Virgílio da relatoria.

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