postado em 03/06/2009 14:44
Militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos sociais deram nesta quarta-feira (3/6) um abraço simbólico em frente ao gramado do Congresso Nacional para protestar contra a instalação da CPI da Petrobras. A manifestação integra a série de protestos organizados pela CUT contra as investigações sobre a estatal, que foram realizadas em cidades como Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE).
"A manifestação é em favor da Petrobras, dos investimentos que a empresa tem programados para os próximos cinco anos. Já existem instrumentos de fiscalização no Brasil como a AGU, Controladoria Geral da União e Tribunal de Contas", disse o presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.
O sindicalista afirmou que a instalação da CPI em meio à crise econômica internacional é um "jogo eleitoreiro da oposição" que pretende inviabilizar ações do governo, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
"Essa manifestação não é a favor ou contra a CPI, mas tem o objetivo de mostrar que não se deve botar esse assunto em pauta quando outros temas positivos, como a jornada de trabalho dos brasileiros, não são discutidos pelo Congresso", afirmou.
A CUT estima que 1.500 pessoas participaram do ato em frente ao Congresso Nacional. Além da entidade, participaram da manifestação militantes ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes).
CPI
A instalação da CPI da Petrobras, que deveria ter ocorrido nesta terça-feira, foi transferida para amanhã. A base aliada governista esvaziou a primeira sessão de trabalhos depois de não chegar a um consenso sobre os senadores que vão ser indicados para a presidência e a relatoria da comissão.
PT e PMDB disputam os cargos de comando numa queda de braço protagonizada pelos líderes dos partidos no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Oficialmente, porém, os governistas afirmam que adiaram a instalação da CPI até que a oposição devolva ao senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) a relatoria da CPI das ONGs. O presidente da comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), nomeou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) depois que Arruda passou a ocupar a suplência da comissão.
O antigo relator se tornou membro titular da CPI da Petrobras, por isso perdeu o cargo na CPI das ONGs - uma vez que o regimento interno do Senado não permite que um parlamentar ocupe simultaneamente duas vagas de titular em comissões da Casa.
Os governistas voltaram atrás e transformaram novamente Arruda em membro titular da CPI, por isso agora reivindicam o cargo de volta ao parlamentar.