postado em 05/06/2009 20:02
A corrente do PT "Construindo um Novo Brasil" começou a discutir nesta sexta-feira, em São Paulo, o nome do candidato a presidente do partido que irá cuidar das eleições de 2010. O objetivo dos petistas é encontrar um candidato de consenso e que possa atrair outros grupos da legenda. O nome mais cotado para substituir Ricardo Berzoini no comando do partido é o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra.
As articulações para a escolha do candidato se intensificaram depois que o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, acatou o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e desistiu da disputa. "O presidente avaliou que seria mais conveniente eu ficar trabalhando em Brasília", disse.
Carvalho admitiu que nem seu nome era consenso dentro da corrente petista. Segundo ele, Dutra é um nome que está crescendo "com muita possibilidade". "Acho que é uma generosidade dele se dispor a sair da Petrobras e trabalhar pelo partido. É um nome com muita consistência", disse.
O presidente da BR Distribuidora disse que foi sondado há cerca de três meses por "alguns deputados" e hoje confirmou sua disposição em participar do PED (Processo de Eleição Direta). "Estou muito satisfeito onde estou. Mas se o presidente [Lula], a minha corrente e o partido entender que meu nome possa contribuir, o meu nome está à disposição para, se for necessário, disputar", disse.
Dutra afirmou ainda que o próximo presidente do PT terá a tarefa de articular uma "candidatura inédita na história do PT em que pela primeira vez o candidato a presidente não é o Lula". "É um cenário diferente", disse.
Candidatos
Além de Dutra, a corrente "Construindo um Novo Brasil" trabalha ainda com outros possíveis candidatos: o ministro Luis Dulci (Secretário Geral da Presidência), o assessor da Presidência da República Marco Aurélio Garcia e o ex-governador do Acre Jorge Viana.
Segundo Berzoini, o nome de Dutra é o mais cotado porque foi o único que manifestou disposição a se candidatar.
"Queremos um nome que possa ser levado a outras forças [internas do partido]. Obviamente não teremos [o apoio de] todas [as correntes]. Mas quanto mais unidade, melhor", disse.
O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) discordou de Berzoini ao afirmar que ainda é cedo para lançar um candidato da corrente. "Eu prefiro cautela. [...] Não tenho nenhuma objeção ao nome do José Eduardo [Dutra], mas é preciso ouvir os outros", disse.