Politica

Início da CPI que investigará Petrobras deve ser adiado

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postado em 07/06/2009 08:22
Pela segunda semana seguida, o início dos trabalhos da CPI da Petrobras deve ser adiado. Os senadores marcaram para a próxima quarta-feir (10/06) a a sessão na qual serão escolhidos o presidente e o relator da comissão de inquérito. Contudo, governistas já trabalham nos bastidores com a hipótese de um novo adiamento da investigação parlamentar. São três os principais motivos. O primeiro é a falta de propostas importantes para serem votadas em plenário. Em segundo lugar, as festas de São-João começam esta semana, mais um fato que tradicionalmente esvazia o trabalho do legislativo. Por último, na quinta-feira (11/06) há o feriado de Corpus Christi. Um senador peemedebista da CPI admitiu, reservadamente, na última semana, que a base aliada atua para adiar, o quanto for possível, o início das investigações. ;Essa CPI só vai começar mesmo para valer em agosto;, aposta ele. ;Vamos ter uma semana atípica, curta. Normalmente quando temos uma semana atípica, o quorum cai;, afirmou o senador João Pedro (PT-AM), outro integrante da CPI, que deve vir a Brasília esta semana. ;Estamos aguardando os entendimento com a base aliada;, pondera João Pedro. O petista se refere à briga de bastidores entre os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PT, Aloizio Mercadante (SP), para indicarem os nomes para os postos de comando da CPI. O Plenário do Senado tem na pauta uma medida provisória trancando a pauta de votações. É a que cria o Programa ;Minha Casa, Minha Vida;, cujo objetivo é financiar moradias para famílias com renda mensal até dez salários mínimos. Depois disso, sete propostas de emenda à Constituição (PECs) na pauta. Para aprová-las, serão precisos pelo menos 54 votos favoráveis. Senadores dizem que, com o feriado e as festas juninas à vista, dificilmente haverá quorum na Casa e, por tabela, na CPI. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou em 13 de maio o pedido de criação da CPI da Petrobras. Desde então, sucessivas manobras da base aliada atrasaram o início das investigações. A última delas foi esvaziar, na terça-feira da semana passada, a sessão para escolha do presidente e do relator. O argumento público: a manobra da oposição que retirou das mãos da base aliada a relatoria da CPI das ONGs. Num descuido do governo, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), assumiu a vaga aberta com a saída do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou uma questão de ordem à Mesa Diretora para tentar reaver o cargo da CPI das ONGs. Mas, na quarta-feira, a Mesa Diretora definiu que cabe ao Plenário da própria CPI decidir sobre a devolução do posto. Como tem maioria, o cargo deve voltar para as mãos do governo na base do voto. O líder do PT no Senado já declarou que a CPI da Petrobras só começa com o fim desse impasse ; o que pode ser mais um motivo para adiar os trabalhos. Não há previsão de quando ; e se ; a CPI das ONGs votará a questão de ordem. ;Temos maioria nas duas CPIs;, lembrou o senador João Pedro, para quem a comissão das ONGs já poderia ter sido encerrada. A comissão, criada em 2007 e com poucos resultados até agora, pretende ser usada pela oposição para tentar avançar em eventuais investigações barradas pela CPI da Petrobras. ;Não vamos permitir que se faça guerrilha;, critica João Pedro.

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