postado em 08/06/2009 13:38
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou nesta segunda-feira aos ministros da coordenação política que vai agir diretamente para tentar contornar o imbróglio criado pelos líderes governistas em torno da definição dos cargos de comando da CPI da Petrobras. Segundo o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), o presidente Lula não vai precisar usar "panos quentes" porque está definido que PT e PMDB ocuparão os principais cargos.
Durante a reunião do núcleo político do governo, o presidente informou que pretende procurar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), para tentar encontrar uma saída para a composição.
"As coisas estão decididas. Fica entre PT e PMDB. Agora, precisa saber quem fica na relatoria e na presidência. Os quadros estão parcialmente montados.O governo tem absoluta tranqüilidade de que as coisas vão transcorrer com tranqüilidade. O presidente disse que vai tomar a iniciativa de conversar com Sarney e líderes do PT e PMDB. Ele é quem faz a coordenação. Eu dou os recados", disse Múcio.
O ministro afirmou que a CPI deve ser instalada na quarta-feira e que a principal dificuldades é conciliar o número de senadores interessados em participar das investigações. Múcio justificou que o interesse dos governistas em integrar a CPI é motivado pela importância da estatal para o país. "Não precisa por panos quentes. Não há necessidade de panos quentes. Está se discutindo apenas quem vai participar. Essa é a cpi da mais importante empresa do Brasil. CPI da principal empresa de combate a essa crise. É uma empresa de todos os brasileiros, de maneira que todos desejam participar", disse.
A preocupação do governo, sustentou o ministro, é com o debate político da CPI. "Nós não vamos conseguir fugir de ter um tom político é do tom da casa. Mas a Petrobras está preparada para responder tudo. A Petrobras montou um blog e algumas questões q poderiam ser postas na CPI já estão na internet.
Para Múcio, apesar da exploração política da CPI, não haverá "pirotecnia". "Quem teve interesse em instalar a CPI não vai ter interesse em pirotecnia", disse.
A movimentação do presidente atende aos pedidos de interlocutores. O presidente foi alertado na semana passada que o impasse entre os líderes do PT e do PMDB para a escolha dos senadores que vão ocupar os cargos de comando da CPI está longe de ser solucionado. A preocupação de interlocutores próximos do presidente é que o racha traga desgastes à estatal no início das investigações.
O PMDB não é considerado por senadores governistas um parceiro fiel em CPIs --e o desentendimento com o PT, na avaliação de integrantes da base aliada, pode causar novas turbulências nessa relação. Em investigações recentes, os peemedebistas abandonaram o governo nas CPIs dos Bingos e dos Correios.