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Novo presidente da CPI das ONGs quer quebrar sigilo de entidades ligadas ao PT e ao MST

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postado em 08/06/2009 14:05
Alheio à polêmica sobre a relatoria da CPI das ONGs, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) promete apresentar nesta terça-feira um plano de trabalho com o futuro das investigações na comissão. Designado para relatar os trabalhos da CPI depois do senador Inácio Arruda (PC do B-CE) deixar o cargo, Virgílio deve priorizar a investigações de entidades ligadas ao PT e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Preocupados com a relatoria do tucano na CPI, os governistas prometem insistir na briga para retirar Virgílio do cargo. Arruda perdeu a função ao tornar-se suplente da comissão para assumir uma vaga de titular na CPI da Petrobras. Como o relator não pode ser suplente, o presidente da CPI, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), nomeou o senador Virgílio para o cargo. Os governistas ainda tentaram desfazer a manobra mal sucedida, tornando Arruda novamente titular da CPI. Heráclito, no entanto, disse que vai manter o tucano no cargo, pois Virgílio foi designado legalmente para a função. "O senador Arthur Virgílio é o relator. Amanhã vamos fazer a primeira reunião de trabalho com ele no cargo, com a apresentação do seu plano de trabalhos", afirmou. Heráclito disse que os governistas, se quiserem retomar a relatoria da CPI, devem recorrer a outras instâncias do Senado --como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). "O senador Arthur Virgílio é o novo relator", resumiu Heráclito. Munição Os governistas temem que a oposição, no duplo comando da CPI, mire ONGs ligadas a partidos da base aliada durante as investigações. Virgílio já adiantou que promete apresentar, entre novos requerimentos entregues na comissão, um pedido para a quebra dos sigilos bancários de empresas que prestaram serviços a prefeituras administradas pelo PT --como em São Paulo, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP). Virgílio também pretende apresentar outro requerimento com o pedido para a investigação de cooperativas ligadas ao MST que teriam recebido recursos do governo federal nos últimos anos. O tucano promete ficar no cargo até o início de 2010, quando a CPI deve encerrar seus trabalhos. Apesar da disposição de partidos da oposição em investigar o governo, a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem maioria na comissão. Líderes governistas prometem mobilizar os senadores para evitar a aprovação de requerimentos que tragam prejuízos ao Executivo.

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