postado em 16/06/2009 14:18
O juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6¦ Vara Federal Criminal de São Paulo, redistribuiu o inquérito da Polícia Federal que apura formação de cartel, de quadrilha e fraude na licitação para a construção do metrô de Salvador (BA). O inquérito é um desdobramento da Operação Castelo de Areia, que investiga supostos crimes financeiros cometidos por diretores da Camargo Corrêa, além de doações não contabilizadas a partidos políticos.
De acordo com a assessoria do juiz, De Sanctis concluiu que o processo não deveria tramitar em sua seção, que é especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
No começo de junho, a Procuradoria da República em São Paulo denunciou à Justiça dois diretores da construtora Camargo Corrêa e dois da Andrade Gutierrez por supostos crimes cometidos na contratação das obras do metrô de Salvador.
As empresas, juntamente com a Siemens, fazem parte do consórcio Metrosal, vencedor da licitação.
"Compra" de licitação
De acordo com reportagem, os acusados "compraram" o primeiro lugar da licitação, que seria ocupado pelo consórcio Cigla, pelo valor de cerca de R$ 11 milhões. Os denunciados teriam firmado ainda um acordo com outras participantes da concorrência pública para a divisão antecipada dos lucros que seriam obtidos com a obra na Bahia.
As provas de que a saída da Cigla da licitação foi "comprada" foram encontradas na busca e apreensão realizada na casa de um dos investigados na Castelo de Areia.
O pagamento do acerto foi feito por meio de uma falsa operação de compra e venda de caminhões, de acordo com o Ministério Público.
O Consórcio Metrosal disse, na condição de porta-voz das empresas Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que não foi oficialmente informado sobre as irregularidades apontadas pelo Ministério Público e afirmou que não cometeu ilegalidades na licitação das obras do metrô de Salvador.