Politica

Senadores cobram atitudes concretas após discurso de Sarney

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postado em 16/06/2009 20:46
Após o discurso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em que ele se defendeu das acusações de usar atos secretos para nomear parentes e afirmar que a crise da Casa não é sua, senadores da base do governo e da oposição cobraram atitudes concretas para melhorar a imagem do Senado perante a sociedade. O líder do PT no Senado, Aloísio Mercadante (SP), ressaltou as medidas moralizadoras adotadas pela atual Mesa Diretora, mas disse que é preciso realizar uma reforma profunda na instituição São muito importantes as medidas administrativas que vêm sendo tomadas, corrigindo o rumo, aumentando a austeridade, diminuindo desperdícios, mas nós precisamos de uma reforma muito profunda, porque o modelo que o Senado vinha vivendo até então era o modelo que nos levou a essa situação. Não podemos permitir que essa trajetória permaneça, afirmou o petista, cobrando que todos os atos secretos sejam cancelados. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a crise não ocorre apenas no Senado, mas em todos os legislativos. É verdade que a crise do Legislativo é uma crise geral, internacional e local. É verdade que ela é crise também nas câmaras de vereadores, nas assembléias legislativas, na Câmara dos Deputados e, seguramente, no Senado Federal, mas é de se esperar que o Senado Federal seja, ele, sim, um vetor para que esta crise seja enfrentada, para que ela não seja agravada, ao contrário, seja diminuída, argumentou Guerra. O tucano também cobrou uma ampla reforma da Casa. Não é tapando um buraco aqui, pregando um prego lá na frente, punindo um diretor ali, reduzindo uma determinada permissividade lá na frente, que vamos resolver isso aqui, acentuou. Temos de fazer uma grande reforma, corajosa. Essa reforma tem de reduzir este Senado drasticamente. Tem gente demais para trabalho de menos. Somos apenas 81 senadores. Precisamos de um plenário, um gabinete, capacidade de comunicação, assessoria adequada. Para quê tanta gente?, questionou. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), criticou a ausência de medidas concretas no discurso de Sarny, e sugeriu que a Casa escolha o novo diretor-geral por meio de votação no plenário, diferentemente do que ocorre hoje, quando o presidente da Casa nomeia o dirigente. É inaceitável que um diretor-geral da Casa fique 14 anos no cargo [como foi o caso do ex-diretor Agaciel Maia]. Isso é um grave equívoco, que leva aos desvios administrativos, ao continuísmo, perda de referência que a alternância de governo sempre dá democracia e s instituições, que são os grandes fiéis depositários da democracia. O senador petista Eduardo Suplicy (SP) lembrou um projeto de resolução, de sua autoria, que propõe a divulgação do nome, cargo, lotação e salário de todos os funcionários da Casa. Apresentei este projeto que justamente cria transparência em tempo real como a melhor maneira de prevenir problemas, ressaltou. Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o Senado passa por uma crise estarrecedora, de costumes, moral, de decadência de valores, e que não pode ficar acobertada por quem quer que seja. Ele disse aguardar providências por parte do presidente da Casa. Penso que nesse momento, difícil para o Senado, sua excelência, do alto da sua história política, do alto da posição que o levou inclusive Presidência da República do país, tem de chamar a todos para que possam conjurar o Senado. Temos problemas não só de vícios, mas a prática clara de delitos aqui dentro, disse Torres. Temos de abrir, além da sindicância, um processo administrativo disciplinar que vai culminar com a exoneração dos servidores que cometeram esses atos. Se erraram, erraram deliberadamente. Se cometeram crimes, não podemos compactuar com eles, acrescentou.

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