Politica

Senado emprega parentes de genro de Sarney; uma recebe salário morando na Espanha

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postado em 17/06/2009 12:35
A lista de parentes da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), empregados na casa não para de crescer. Além de sobrinhas e neto, o Senado também emprega uma prima e uma sobrinha de Jorge Murad, genro de Sarney. Ele é marido da ex-senadora e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). Segundo reportagem publicada hoje no jornal "Estado de S. Paulo", Isabella Murad Cabral Alves dos Santos, 25, recebe do Senado, mas mora em Barcelona, na Espanha, desde o começo do ano. Ela é funcionária da liderança do PTB desde fevereiro de 2007. Isabella é sobrinha do genro de Sarney. Na época, o líder do PTB era o senador Epitácio Cafeteira (MA), aliado de Sarney. Cafeteria também já empregou o neto do presidente do Senado, João Fernando Michels Sarney, que foi nomeado e exonerado por atos secretos. Virgínia Murad de Araújo, filha de ex-deputado Emílio Biló Murad --primo de Murad-- ingressou no quadro de funcionários do Senado em 2007 como assistente parlamentar do gabinete da liderança do governo no Congresso, que na época era comandado por Roseana Sarney. Virgina continua trabalhando no Senado, mas no gabinete de Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumiu a vaga de Roseana quando ela foi diplomada governadora. A reportagem procurou a assessoria de imprensa do presidente do Senado, que não quis comentar a denúncia. O secretário de Comunicação do governo do Maranhão, Sérgio Macedo, negou que a nomeação de Virgínia desrespeite a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe o nepotismo nos três Poderes. Segundo ele, o parentesco não é direto. Em relação a Isabella, o secretário informou que ela vai devolver aos cofres do Senado os salários que recebeu sem comparecer à Casa. "A crise não é minha" Pressionado pela opinião pública, Sarney subiu ontem à tribuna da Casa para falar dos escândalos que atingem a instituição desde que ele assumiu o cargo, no começo deste ano. Cobrado a responder, Sarney disse que a crise não era dele. "A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado. É essa instituição que nós devemos preservar. Tanto quanto qualquer um aqui, ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente da Casa." O último escândalo envolve os mais de 500 atos secretos publicados ao longo dos últimos 14 anos no Senado e que foram usados para nomear, exonerar e aumentar salários de pessoas ligadas ao comando da Casa. Sarney decidiu afastar dos quadros do Senado sua sobrinha Vera Portela Macieira Borges, lotada no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS). Ele vai devolver a sobrinha para o Ministério da Agricultura, órgão no qual ela é servidora de carreira. Vera Borges havia sido cedida ao Senado após pedido de Sarney para Delcídio. Sarney teve outra sobrinha nomeada por ato secreto: Maria do Carmo de Castro Macieira para o então gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA). Ele também teve um neto nomeado e exonerado do gabinete de Cafeteira por ato secreto. Sarney disse que não sabia que Cafeteira tinha empregado seu neto. "Porque pedi ao senador Delcídio que uma sobrinha da minha mulher, que é do Ministério da Agricultura, fosse designada para o gabinete dele? Que um neto meu foi nomeado para o gabinete do senador Cafeteira. Eu não pedi e não sabia. Ele próprio disse que não me falou, porque se dissesse talvez não tivesse concordado.".

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