postado em 18/06/2009 08:00
Em leitura entusiasmada do relatório que lhe tirou o sono nas últimas semanas, o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) recomendou a cassação do colega de plenário Edmar Moreira (sem partido-MG). Ele sabe, contudo, que o parlamentar mineiro dificilmente terá a perda do mandato recomendada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Acusado de quebra de decoro parlamentar, Moreira, que utilizou a verba indenizatória para pagar as próprias empresas de segurança, conta com o apoio da maioria dos integrantes do colegiado. Nos bastidores, oito dos 15 parlamentares que participaram da sessão disseram que não havia chance de a maioria pedir a perda de mandato. ;Vi um clima de tranquilidade para determinar o arquivamento;, afirmou o deputado Wladimir Costa (PMDB-PA).
Os deputados do conselho estudam a aplicação de uma pena alternativa. A ideia é fazer com que o parlamentar perca temporariamente as prerrogativas do mandato ou pegue uma suspensão de até 30 dias.
A essência do relatório de Fonteles ficou expressa numa indagação: ;É honesto que um deputado use verba pública para se tornar o único cliente de sua própria empresa de segurança com o objetivo de socorrê-la financeiramente?;. Após a leitura, a votação foi adiada por conta de pedidos de vistas ao processo. A expectativa é de que o relatório volte a ser discutido no dia 30.
Caso o conselho aprove o parecer de Fonteles, o caso será julgado pelo plenário da Câmara, onde será necessária maioria absoluta para a cassação. O deputado mineiro atribui a ;perseguição polÃtica; à s acusações que pesam contra ele. Moreira ficou conhecido nacionalmente por ter construÃdo um castelo, avaliado em R$ 25 milhões, no interior de seu estado.
» Ouça áudio com o relator Nazareno Fonteles