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Politica

Ato secreto escondeu exoneração de irmão de Sarney de gabinete de aliado

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O irmão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi exonerado por ato secreto, informa hoje reportagem publicada hoje no jornal "O Estado de S. Paulo". Ivan Sarney foi nomeado em maio de 2005 para a 2¦ Secretaria do Senado. Ele foi transferido para o gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), aliado de Sarney, em fevereiro de 2007. Apesar da nomeação ter sido pública, a exoneração em 30 de abril de 2007 ocorreu por ato secreto. Reportagem de hoje da Folha informa que o Senado editou 623 atos secretos entre 1995 e 2009. Os atos foram usados para nomear e exonerar parentes e amigos de senadores e diretores da Casa e também para aumentar salários. Outros seis parentes de Sarney foram empregados no Senado, muitos por atos secretos. Esse é caso do neto João Fernando Michels Sarney e das sobrinhas Maria do Carmo de Castro Macieira e Vera Portela Macieira Borges. O Senado também empregou duas parentes do genro de Sarney, Jorge Murad: Isabella Murad Cabral Alves dos Santos e Virgínia Murad de Araújo. Rosângela Terezinha Gonçalves, mãe do neto de Sarney João Fernando Sarney também foi empregada do Senado. Ela foi contratada depois do neto de Sarney ser exonerado. O pai de João é Fernando Sarney, filho do presidente do Senado A Folha Online procurou a assessoria de Sarney, que não quis comentar. A assessoria do senador Cafeteira ainda não retornou os contatos. Cafeteira também não comentou. Pressionado pela opinião pública, Sarney subiu na terça-feira à tribuna da Casa para falar dos escândalos que atingem a instituição desde que ele assumiu o cargo, no começo deste ano. Cobrado a responder, Sarney disse que a crise não era dele. "A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado. É essa instituição que nós devemos preservar. Tanto quanto qualquer um aqui, ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente da Casa."