Politica

Sarney se compromete a analisar reforma no Senado, mas se cala sobre demissão de diretor

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postado em 18/06/2009 17:22
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta quinta-feira que vai acatar parte das sugestões apresentadas por um grupo de 20 senadores com mudanças administrativas na Casa. Sarney manteve silêncio sobre a proposta de demissão do diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, mas disse estar disposto a examinar com "boa vontade" as oito propostas encaminhadas pelo grupo de 20 parlamentares. Sarney disse que vai analisar as sugestões até terça-feira, quando a Mesa Diretora da Casa se reúne para discutir as medidas. O senador prometeu punir com "severidade" os envolvidos no escândalo dos atos secretos. "Os processos estão em andamento com inquérito concluído, os culpados vão ser punidos severamente", afirmou. Sarney disse que concorda com a proposta de redução do quadro de pessoal do Senado e a suspensão de novas contratações na instituição. O presidente do Senado também disse estar disposto a realizar reunião ordinária do plenário para votações de medidas administrativas importantes à Casa, sugeridas pela Mesa Diretoras. Sarney ainda disse concordar com a realização de uma sessão extraordinária por mês no plenário do Senado para definir a pauta de votações do período seguinte --com a participação conjunta dos 81 senadores. O peemedebista disse que também concorda com a realização de auditoria externa para analisar todos os contratos firmados pelo Senado nos últimos anos. Sarney, porém, não se manifestou sobre a proposta de demissão de Gazineo, nem sobre a sugestão de submeter à votação do plenário a indicação do diretor-geral escolhido pelo presidente da Casa. O senador também não disse se concorda com a eliminação de "vantagens acessórias" recebidas pelos parlamentares, como auxílio-moradia, nem se pretende apresentar uma proposta de reforma administrativa por meio do diretor-geral. Análise Sarney decidiu apresentar medidas concretas em resposta à crise política que atinge a instituição somente depois que tiver acesso ao resultado das investigações sobre os atos secretos editados nos últimos 14 anos na Casa. A *Folha Online* apurou que Sarney foi orientado por aliados a deixar a "poeira baixar" antes de anunciar formalmente a esperada reforma administrativa do Senado. Depois do discurso feito esta semana em reação à crise, no qual não anunciou mudanças, Sarney optou por postergar a reação política ao escândalo. A comissão que investiga dos atos secretos deve entregar os resultados dos trabalhos na segunda-feira ao senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário do Senado. A expectativa é que a comissão não aponte os responsáveis pela edição dos atos secretos, mas revele que nos últimos 14 anos a instituição recorreu mais de 600 vezes às medidas sigilosas para nomeações, exonerações e outras medidas administrativas. Os senadores que integram o grupo favorável a mudanças na Casa afirmam que o Senado precisa dar respostas públicas à crise que atinge a imagem da instituição.

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