Politica

Sarney nega ter conhecimento da nomeação de seus familiares por atos sigilosos

postado em 19/06/2009 14:06
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), negou nesta sexta-feira ter conhecimento da nomeação de seus familiares à instituição em atos sigilosos editados nos últimos anos. Sarney admite apenas ter pedido ao senador Delcídio Amaral (PT-MS) para contratar Vera Macieira Borges, sobrinha de sua mulher. Os demais parentes, segundo o senador, foram indicados para o Senado sem o seu conhecimento. Depois de anunciar a criação de comissão de sindicância para investigar os responsáveis pelos atos secretos no Senado, a secretaria de imprensa da presidência do Senado divulgou nota para negar a contratação dos parentes. "Dos nomes citados, apenas a sobrinha de sua esposa, que já é funcionária pública federal, foi colocada à disposição do gabinete do senador Delcídio a pedido do senador José Sarney, em ato publicado. Quanto aos outros nomes citados, alguns até desconhecidos do senador, nenhum deles foi nomeado ou pedida a sua nomeação pelo presidente", diz a nota. Segundo a secretaria de imprensa, os gabinetes dos senadores responsáveis pela contratação de parentes de Sarney "têm autonomia para nomear funcionários". A nota afirma que "esses atos não passam pelo crivo da presidência da Casa" e que nenhuma das nomeações dos familiares de Sarney foi feita durante a sua atual gestão no comando do Senado. Familiares No total, chega a oito o número de pessoas ligadas a Sarney que são ou foram comissionadas em setores do Senado. A sobrinha Shirley Duarte Pinto de Araújo ficou por seis anos no gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA), mas deixou o cargo em abril, quando ela deixou o Parlamento para governar o Maranhão. Shirley vive em São Luís com Ernane Sarney, irmão de Sarney. Também foi revelado que o irmão de Sarney, Ivan Celso Furtado Sarney, foi assistente parlamentar na Segunda Secretaria. Ele foi nomeado em maio de 2005, ainda quando o setor era comandado por João Alberto (PMDB), atual governador em exercício do Maranhão com o afastamento médico de Roseana. Ele foi exonerado em fevereiro de 2007. O peemedebista também utilizou os atos secretos para nomear a mãe de um dos seus netos para trabalhar no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Rosângela Terezinha Gonçalves foi contratada depois que seu filho, João Fernando Sarney, teve que ser exonerado após a edição da súmula do Supremo que proibiu o nepotismo nos Três Poderes. O pai de João é Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.

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