Politica

Conhecido pelos princípios rígidos, Joaquim Barbosa vai presidir TSE no pleito de 2010

Ricardo Brito, Mirella D'Elia
postado em 21/06/2009 09:40
Quase todos os dias, Joca pede no gabinete comida no Girassol. Não tem tido mais tempo de ir ao restaurante da 409 Sul almoçar no natureba, como costumava fazer. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa está com a carga de trabalho redobrada. Após tirar licença médica para tratar da crônica dor na coluna, voltou para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terá, em maio do próximo ano, um desafio a mais: presidir a Corte Eleitoral nas eleições de 2010. A julgar pelas decisões que tomou, a primeira eleição sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um duro julgador no mais polarizado embate desde a redemocratização de 1988. Por isso, a chegada do ministro ao cargo mais importante do TSE gera expectativa desde já. Para se antecipar ao comando de Barbosa, a Câmara se prepara para votar, até o fim do mês, uma minirreforma eleitoral. Os seis anos de Supremo que completa no dia 23 levaram a muitas opiniões, diametralmente opostas, sobre Joaquim Benedito Barbosa Gomes, de 54 anos. Com os amigos, o mineiro de Paracatu, negro arrimo de família em Brasília, é afável e conversador. Apesar de afastado das peladas há dois anos por causa da coluna, acompanha de perto o futebol - na última quarta-feira, o são-paulino ficou triste com a derrota para o Cruzeiro pela Libertadores da América. E desligou a TV antes do apito final. Seja no Rio ou em Brasília, vai a bares e não perde uma roda de samba. Advogados que atuam no Supremo e no TSE têm uma visão diferente. Consideram o magistrado ríspido e de poucas palavras quando o abordam nos corredores ou gabinetes para tratar de processos. Ele só permite audiências com advogados de uma causa se a parte contrária for informada e, se quiser, participar ao mesmo tempo. Também não gosta de memoriais e pareceres, prática comum na advocacia em Brasília. E tem horror a lobistas. Battisti Recentemente, Barbosa barrou duas investidas do embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, interessado na extradição do ex-militante terrorista Cesare Battisti. O ministro só permitiu um encontro com ele na presença do advogado de Battisti, Luís Roberto Barroso. "O ministro procura se manter distante das partes imaginando que com isso preserve a independência do juiz", critica o advogado José Eduardo Alckmin, ex-ministro do TSE. "É uma pessoa de princípios claros e transparentes. Com ele, não existe nenhum tipo de conversinha ao pé do ouvido", defende o subprocurador da República Eugênio Aragão, amigo de longa data. "As partes têm direito a igualdade no processo", completa. Leia matéria completa na edição deste domingo do Correio Braziliense

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