Politica

Servidora do Senado diz que vai 'falar a verdade' sobre atos secretos

postado em 22/06/2009 10:37
A chefe de gabinete da Secretaria de Recursos Humanos do Senado, Ana Lúcia Gomes de Melo, afirmou ontem que vai colaborar com as investigações sobre a responsabilidade dos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria Geral) João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) no uso de atos secretos na Casa. [SAIBAMAIS] Chefe de gabinete de Zoghbi, Ana Lúcia foi mantida no posto pelo novo diretor, Ralph Siqueira. Na sexta-feira, foi instalada uma nova comissão de sindicância depois que o chefe do Serviço de Publicação do Boletim de Pessoal, Franklin Paes Landim, contou que Agaciel e Zoghbi davam ordens para "guardar" atos. Quando falou especificamente sobre Zoghbi, o funcionário afirmou que ordens eram feitas pessoalmente. "Ele mesmo pedia ou mandava o chefe de gabinete", disse Landim, na quinta-feira. Ontem, a reportagem entrou em contato com Ana Lúcia, que trabalha ao lado da sala de Landim. "Vou falar nas instâncias em que for chamada", disse a servidora. "Se alguma comissão me chamar, falarei a verdade", completou. Ana Lúcia afirmou ainda que não foi ouvida pela comissão de sindicância que apurou a existência dos atos secretos. O relatório do grupo, que encerrou os trabalhos na sexta-feira, deverá ser entregue hoje ou amanhã. A reportagem apurou que essa primeira comissão, integrada por três servidores, ouviu informalmente uma funcionária da Secretaria de Recursos Humanos, cujo nome ainda não foi divulgado. Ela confirmou, inclusive com mais detalhes, as declarações feitas por Landim. O depoimento foi prestado na quinta-feira à noite. Na manhã seguinte, uma reportagem trouxe as declarações de Landim. Os dois fatos fizeram os integrantes da comissão de sindicância alterar os termos finais do relatório. Será utilizada a expressão "atos com negação de publicidade" em vez de "atos secretos". Comissão Criada em 28 de maio pelo primeiro-secretário do Senado Heráclito Fortes (DEM-PI), essa primeira comissão tinha como objetivo apenas fazer um levantamento dos boletins de pessoal editados entre 1995 e março deste ano. O período coincide com a gestão de Agaciel frente à Diretoria Geral. Com o início do trabalho, o grupo de servidores detectou centenas de atos que não foram disponibilizados na rede de intranet do Senado. Por ordem de Heráclito, esses atos, até então mantidos sob sigilo, começaram a ser colocados na rede. A iniciativa acabou revelando medidas administrativas, nomeações e exonerações que eram desconhecidas e comprometem a imagem de servidores e senadores, que tiveram familiares envolvidos no escândalo.

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