postado em 24/06/2009 17:50
O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), anunciou hoje a exoneração de três funcionários. São eles: Luiz Carlos Déa, da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer; Luiz Carlos Pinto, da Secretaria do Governo Municipal; e o assessor técnico Gilmar Luiz Fernandes.
Richa também determinou a perda de função gratificada dos funcionários municipais de carreira Cristiane Fonseca Ribeiro e Nelson Bientinez Filho.
O afastamento dos assessores e retirada de função gratificada ocorre após a divulgação de vídeo gravado em 2008 que mostra 24 candidatos a vereador do PRTB recebendo dinheiro que não foi contabilizado na campanha. O vídeo foi obtido pelo jornal "Gazeta do Povo". Trechos do material foram mostrados no "Fantástico", da Globo, do último domingo.
Na semana passada, Richa havia afastado outros três funcionários: o secretário municipal de Assuntos Metropolitanos, Manassés Oliveira, o superintendente da secretaria, Raul D´Araújo Santos, e Alexandre Gardolinski, que trabalhava na Secretaria do Trabalho. Gardolinski aparece no vídeo entregando dinheiro.
De acordo com reportagem da *Agência Folha*, 28 candidatos a vereador do PRTB desistiram de concorrer e preferiram apoiar Richa. A suspeita é que os candidatos do PRTB recebiam dinheiro para desistir da eleição e a promessa de um cargo na prefeitura se deixassem a disputa para apoiar o PSDB.
Na eleição, o PRTB se coligou com o PTB, indicando o vice na chapa do petebista Fabio Camargo, derrotado por Richa.
CPI
Vereadores de oposição devem protocolar hoje na Câmara Municipal de Curitiba pedido de instalação de CPI contra o prefeito da cidade, Beto Richa (PSDB). Na CPI, a oposição quer investigar a suspeita de caixa dois na campanha eleitoral de 2008.
A Câmara Municipal de Curitiba tem 38 vereadores. Para a CPI ser instalada são necessárias 13 assinaturas. A bancada de oposição diz contar com cinco nomes para o requerimento. Outras assinaturas serão buscadas nos próximos dias.
Outro lado
O coordenador financeiro da campanha de Richa, Fernando Ghignone, chamou a divulgação do material de "farsa" e "armação". Para ele, o comitê formado por dissidentes do PRTB tinha atuação independente e a coordenação de campanha tucana não tem acesso a informações de gastos desse tipo.
Ghignone diz que toda a prestação de contas foi encaminhada ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e aprovada. Afirma que ´jamais iria usar um expediente´ como dar dinheiro em troca de apoio. O procurador regional eleitoral do TRE-PR, Néviton Guedes, diz que vai analisar o conteúdo do vídeo e então decidir se inicia uma ação sobre o caso.