postado em 26/06/2009 19:09
Em conversas com aliados nesta sexta-feira, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), se mostrou disposto a permanecer no cargo em meio à crise política que atinge a instituição. Apesar da pressão de vários senadores para que Sarney se afaste temporariamente da presidência, a expectativa de senadores ligados ao peemedebista é que as denúncias comecem a reduzir gradativamente --o que lhe daria fôlego para permanecer no cargo.A reportagem apurou que senadores do grupo ligado a Sarney consideram este fim de semana decisivo para o senador. Se surgirem novas denúncias de supostas irregularidades envolvendo familiares do presidente da Casa, a situação do parlamentar pode piorar. Do contrário, apostam que o calendário vai agir em favor do peemedebista.
Na próxima semana, os aliados de Sarney avaliam que as atenções da Casa vão estar voltadas para a instalação de duas CPIs: da Petrobras e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) --o que pode tirar o parlamentar do "fogo cruzado". Depois disso, acreditam que o Congresso vai entrar em ritmo de recesso parlamentar, dando chances para Sarney sobreviver à crise. Os senadores ligados ao peemedebista avaliam que, com a divulgação dos resultados das comissões de sindicância criadas na Casa para apurar denúncias de corrupção e atos sigilosos, o presidente Sarney terá chances de mostrar sua disposição de "limpar" a estrutura administrativa do Senado.
Alianças
Os aliados de Sarney vão dedicar os próximos dias à costura de alianças que sustentem o peemedebista no comando da Casa. Apesar da ameaça do DEM de fixar condições para manter o apoio ao peemedebista, o grupo pró-Sarney acredita que ainda tem chances de convencer o partido a não mudar de posição. Sarney vai procurar, por meio de aliados, as legendas que lhe deram sustentação nas eleições para a presidência da Casa: PMDB, DEM, PTB e PP, entre outros partidos. Apesar do desgaste do senador junto à opinião pública, os aliados de Sarney apostam nas alianças dentro da Casa que permitem a sua permanência no cargo. Se perder força dentro do Senado, o próprio grupo pró-Sarney reconhece que sua situação ficaria insustentável.