postado em 29/06/2009 11:44
O ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia se tornou alvo de um inquérito na Polícia Legislativa. Ele será investigado a pedido do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pela suspeita de que utilizou os atos secretos para nomear assessores nos gabinetes sem conhecimento dos parlamentares.
A expectativa é que o Senado anuncie ainda nesta semana abertura de procedimento administrativo contra Agaciel por causa dos atos secretos. Na tentativa de se defender das acusações de que foi o responsável pela nomeação sigilosa no gabinete de Demóstenes, o ex-diretor-geral jogou para o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi a indicação de Lia Raquel Vaz de Souza.
Ao pedir afastamento remunerado de 90 dias, Agaciel anexou uma carta de Lia e de seu pai, o analista legislativo do Senado, Valdeque Vaz de Souza, negando sua interferência. "Se realmente o então diretor-geral Agaciel Maia assinou qualquer ato de remanejamento de Lia Raquel, esse fato causa estranheza", diz a nota.
A Polícia Legislativa deve começar a ouvir os envolvidos no caso nesta semana. Na quinta-feira, Agaciel deve prestar depoimento.
Procedimento contra Agaciel
O Senado deve anunciar ainda nesta semana procedimento administrativo contra Agaciel. Se for comprovada sua responsabilidade na edição dos atos secretos, ele pode ser demitido.
A abertura de procedimento dependerá do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ou do primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). Esse será o primeiro procedimento contra o ex-diretor, que é apontado como o principal articulador das irregularidades do Senado.
De 1996 até março deste ano, o Senado só teve Agaciel Maia como diretor-geral. Nos últimos anos, ele centralizou decisões e ficou conhecido como o 82° senador. Agaciel deixou o cargo em março de 2009, depois que um jornal revelou que ele não tinha registrado em cartório uma casa situada em um bairro nobre de Brasília e avaliada em R$ 5 milhões. Hoje, trabalha no Instituto Legislativo Brasileiro, um órgão de apoio ao Senado.