Politica

Pedido do PSDB de afastamento de Sarney gera desentendimento entre tucanos

postado em 30/06/2009 18:28
A proposta de afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lançada pelo PSDB gerou mal estar entre integrantes do partido. O presidente da legenda, Sérgio Guerra (PSDB-PE) e o vice-presidente da Casa, Marconi Perillo (PSDB-GO), se desentenderam no plenário. Guerra disse que o partido decidiu defender a licença temporária de Sarney após uma reunião que teve com Sarney. No encontro, Guerra propôs que Sarney suspendesse os poderes da atual Mesa Diretora do Senado e escolhesse uma comissão com cinco senadores de diferente partidos para comandar a Casa. Essa comissão teria 60 dias para fazer uma reforma administrativa e analisar a edição dos atos secretos. Sarney rejeitou a proposta. O presidente do PSDB disse que o Senado está ingovernável com a resistência de Sarney em permanecer no cargo. [SAIBAMAIS]"Não se resolve um problema atacando um ponto aqui outro lá na frente. Essa era uma ideia para a transição necessária, para um tempo novo. Portanto, seria uma decisão acima dos interesses pessoais e partidários a favor do Sendo. É imprevisível o que vai acontecer amanhã. Temos que enxergar o futuro. Então, decidimos pedir que o presidente se afaste porque de fato já se estabeleceu que Sarney não governa o Senado", disse. Perillo reclamou da proposta de Guerra afirmando que o líder tucano desrespeitou a Mesa Diretora. "Não há necessidade de uma proposta como esta. O Senado está agindo", afirmou. O primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), também rejeitou a proposta e disse que se fosse o caso a Mesa inteira teria que renunciar. "A Mesa não precisa de bedel, não precisa de nenhum grupo controlando suas medidas", disse o primeiro-secretário. Heráclito tem defendido Sarney. Na semana passada, em plenário, o democrata disse que o presidente da Casa não errou e está atuando para consertar as irregularidades. Na avaliação de Heráclito, o desgaste da instituição também tem sido motivado pela mudanças administrativas, como a investigação dos atos secretos. "Se ele (Sarney) quis errar, nem tempo teve. Alguns fatos estão vindo a público por causa de medidas tomadas pela atual Mesa Diretora", afirmou. Para o primeiro-secretário, a insinuação de que o neto de Sarney, José Adriano Sarney, foi beneficiado para operar empréstimos consignados para servidores da Casa, não tem fundamento. "Quando vejo a matéria eu fico pensando: o avô ajudou ou prejudicou? Ao jogar baixar a taxa de juro ele acabou com carreira do neto e ele era candidato a banqueiro porque muitos bancos desistiram. Essa medida acabou com a agiotagem no Senado", disse.

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