postado em 30/06/2009 21:25
A instalação da CPI da Petrobras depende do aval do Palácio do Planalto. Seguindo a orientação do governo, os líderes governistas esvaziaram nesta terça-feira (30/6) a reunião da comissão e romperam o acordo com a oposição para iniciar os trabalhos, com a eleição do presidente e relator.
O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), afirmou ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que vai consultar os interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o fechamento de um novo entendimento com a oposição para o começo da CPI.
[SAIBAMAIS]Mercadante prometeu dar uma resposta nesta quarta-feira. Segundo Guerra, a oposição está disposta a devolver a relatoria da CPI das Organizações Não-Governamentais (ONGs) aos governistas para fazer a CPI que vai investigar as denúncias de irregularidades na estatal deslanchar.
A oposição também estaria disposta a fechar um entendimento sobre a criação da CPI do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), que se tornou o novo argumento dos líderes alinhados do Palácio do Planalto para evitar a CPI da Petrobras.
"A nossa prioridade é e continua sendo a CPI da Petrobras", disse. Os governistas argumentam que não há "clima" para a instalação de duas CPIs. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse a interlocutores que os governistas vão esperar o resultado das investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público sobre as denúncias nas duas áreas para decidirem se instalam ou não a comissão de inquérito.
A oposição não descarta obstrução nas votações do plenário do Senado e também da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso. Sem a votação da LDO, o Legislativo não pode dar início ao recesso parlamentar do mês de julho. Com a movimentação dos governistas, os oposicionistas também devem suspender a devolução da relatoria da CPI das ONGs, que já tinha sido acertada.