postado em 03/07/2009 11:26
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), voltou a criticar o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), e citou reportagem de hoje em que o jornal O Estado de S. Paulo revela que o parlamentar omitiu a propriedade de uma casa no valor de R$ 4 milhões, situada na Península dos Ministros, área nobre de Brasília, nas declarações feitas à Justiça Eleitoral em 1998 e 2006. Virgílio afirmou que Sarney - alvo de uma série de denúncias de irregularidades - é hoje "um pato manco, não manda mais no Senado".
[SAIBAMAIS]
Virgílio, que habitualmente faz discursos exaltados, falou em voz baixa e afirmou que vê que "cada vez mais se fecha o cerco" ao presidente do Senado. "Ele terá que dar explicações", disse o líder tucano, acrescentando que Sarney agora "certamente terá o apoio do seu partido e do partido do presidente Lula (o PT)". O tucano pediu que a reportagem de hoje fosse registrada nos anais da Casa.
O senador do PSDB lembrou ter dito a Sarney, quando o peemedebista disputava a presidência do Senado com o senador Tião Viana (PT-AC), que não votaria nele porque ele não faria "as mudanças necessárias" para acabar com as irregularidades na Casa. Desde então, disse, as denúncias não pararam. "Eu não sabia que, desfiando o fio do novelo, apareceria tanta podridão."
Virgílio disse que Tião Viana teria feito algumas mudanças. "Sei que não faria todas. Lula diria 'não exagere, não vá muito além para não prejudicar os aliados'." Na avaliação do líder do PSDB, Viana teria afastado Agaciel Maia - já demitido da diretoria-geral - e transferido João Carlos Zoghbi da Diretoria de Recursos Humanos para uma diretoria menor - Zoghbi também já foi afastado.
Ele previu que mudança no Senado "vai-se impor, com quaisquer sacrifícios", e reafirmou sua avaliação de que "Sarney não tem condições de liderar o Senado para que se possam fazer as reformas necessárias e não tem condições de romper com essas figuras do passado - Agaciel e Zoghbi." Virgílio disse que continuará fazendo suas críticas e declarou cinco vezes: "Ninguém me cala".