postado em 03/07/2009 20:43
A definição da bancada do PT sobre o apoio político ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode ocorrer no voto. Senadores petistas disseram à *Folha Online* que o clima na bancada é tenso e que o racha está difícil de ser contornado. Na conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder Aloizio Mercadante (SP), chegou ameaçar deixar o cargo.
Os petistas estão divididos entre apoiar a governabilidade, sustentando uma possível aliança com o PMDB em 2010 --como defende o presidente Lula-- ou manter a convicção da bancada de que o afastamento de Sarney seria a melhor saída para contornar a crise que atinge a imagem da Casa.
Petistas afirmam que o presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, não conseguiram mudar o posicionamento dos senadores. O presidente Lula chegou a se comparar a Sarney na tentativa de sensibilizar os companheiros de partidos. "Imagem se no lugar do Sarney o alvo fosse eu. E a todo momento alguém pedisse que eu saísse, como ficaria a governabilidade?", teria questionado o presidente Lula. O líder do PT marcou para terça-feira a quarta reunião da bancada do PT para analisar a crise política do senado. Segundo senadores do partido, se não houver entendimento o apoio ou o abandono de Sarney pode ser votado pelos 12 senadores do partido.
O senador Paulo Paim (PT-RS) reconhece que o partido está dividido. "O cenário é indefinido. Não podemos dizer que existe nenhuma tendência nessa reunião, vamos conversar e tentar fechar um entendimento que represente o melhor para o PT e para o Senado", disse. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que o partido não pode ficar sem uma resposta. "Não podemos mais ficar em cima do muro. O melhor é avaliarmos cada um com sua consciência, ouvir suas bases e definirmos de que lado vamos ficar", afirmou.