postado em 03/07/2009 20:45
Após a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recebeu parentes e aliados em sua casa no Lago Sul --área mais nobre de Brasília--, que hoje serviu de argumento para reforçar os pedidos de seu afastamento do cargo por não ter sido declarada à Justiça Eleitoral. Aos interlocutores, Sarney disse que sua permanência no cargo é questão de "aritmética". Sarney avalia que, mesmo com a ofensiva do DEM, PSDB, PDT e PSOL --que cobram seu afastamento--, conta com o apoio de 55 dos 81 senadores da Casa. O peemedebista afirma que tem prestígio entre os colegas e que se não tivesse esse respaldo não insistiria em ficar à frente dos trabalhos. O presidente do Senado deve ficar o fim de semana em Brasília. A governadora licenciada do Maranhão, Roseana Sarney, esteve com o pai durante todo o dia e retorna amanhã ao Estado.
Apesar da pressão de vários senadores para que Sarney se afaste temporariamente da presidência, a expectativa de senadores ligados ao peemedebista é que as denúncias comecem a reduzir gradativamente --o que lhe daria fôlego para permanecer no cargo. Aliados dizem que será decisivo para a sustentação de Sarney o posicionamento final do PT, que se reúne na terça-feira. Senadores ligados a Sarney consideram ainda que o calendário vai agir em favor do peemedebista e, mesmo que ele se torne efetivamente alvo de representações por quebra de decoro parlamentar, o recesso parlamentar deve esfriar as denúncias. Sarney recebeu hoje um apoio público de peso. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) saiu em sua defesa e do fortalecimento das instituições.
"Temos garantir que o Senado, como instituição, se aperfeiçoe. Ela também criticou a prática de "achar que sempre que pega uma pessoa e joga aos leões, você está no caminho de solucionar as questões éticas." Na conversa com o presidente Lula, disse que não pretende se licenciar nem renunciar à presidência do Senado. Lula, por sua vez, manifestou apoio a Sarney e disse que também entendia que não havia necessidade de saída do peemedebista do cargo. Um aliado de Lula afirmou que o presidente afirmou que as denúncias não justificam "movimentos arriscados".