postado em 05/07/2009 19:33
A Mesa Diretora do Senado fará uma auditoria nas contas secretas usadas para custear o plano de saúde dos funcionários da Casa. O primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), disse hoje que é preciso saber como essas contas são administradas e se houve mau uso do dinheiro, estimado em R$ 160 milhões. O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, Renato Casagrande (PSB-ES) também pedirá explicações à Mesa Diretora.Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, as contas paralelas foram criadas em 1997, na gestão do então presidente Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA). Estas contas secretas estão fora da contabilidade oficial do Senado e do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e são movimentadas pelo diretor-geral da Casa, cargo que Agaciel Maia ocupou nos últimos 14 anos até ser afastado em março passado.
O senador Heráclito disse que as contas não são secretas nem irregulares, apesar de estarem fora do Siafi. "A conta é necessária porque é com esse dinheiro que é custeado o plano de saúde. A questão é saber se é bem gerida", disse o primeiro-secretário, defendendo a criação de um conselho de gestão para administrar os recursos, com a participação de servidores do Senado, da ativa e aposentados. "Essa conta não é secreta, é especial", acrescentou.
[SAIBAMAIS]O senador Renato Casagrande contou que já havia a suspeita da existência de outras contas, que estavam sendo investigadas pela comissão. "A nossa avaliação é que estas contas eram uma prática equivocada, tanto que o Senado mandou encerrar as contas. Me estranha muito, se existirem estas outras contas, porque não fizeram tudo de uma vez só", afirmou o senador, lembrando que no mês passado foram identificadas duas contas paralelas, no valor de R$ 3,740 milhões.
Casagrande disse que apresentará hoje um pedido de esclarecimentos ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).