postado em 13/07/2009 15:34
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, disse hoje (13) que o governo não pretende estabelecer nenhuma censura base online de currículos da Plataforma Lattes, mantida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A legitimidade do sistema virou alvo de polêmica após a divulgação de que o currículo da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, incluía informações erradas sobre títulos de mestrado e doutorado.
Não vamos criar nenhum tipo de censura sobre o sistema Lattes, afirmou Rezende, em entrevista durante a 61ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A responsabilidade sobre as informações é das pessoas que as colocam lá.
Segundo Rezende, a base de currículos da Plataforma Lattes é uma conquista do Brasil e tem despertado interesse de outros países por um sistema semelhante. Nenhum país do mundo tem um banco aberto como esse, com mais de um milhão de currículos, defendeu.
Os presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Jacob Palis, também se manifestaram contrários criação de regras de controle mais rígido sobre as informações do sistema Lattes. As duas entidades defendem o aperfeiçoamento da plataforma.
Palis disse que o sistema é uma grande conquista da comunidade científica nacional e listou vantagens, como a atualização individual, o que agiliza o processo, e a possibilidade de comparação entre os currículos mesmo por pessoas que não sejam ligadas ao meio científico, como jornalistas em busca de fontes e consultores.
Segundo Palis, a SBPC e a ABC vão apresentar um manifesto público em defesa da Plataforma Lattes, com sugestões para aperfeiçoamento do sistema. Entre as ideias, estão a criação de senhas para os usuários e a escolha periódica de alguns currículos para verificação por amostragem. Ninguém vai arriscar incluir informações falsas se souber que pode cair na malha fina comparou.