postado em 14/07/2009 15:54
O presidente do Senado, José Sarney (PMD - P), continua na mira da oposição, que decidiu agora investir suas fichas em uma investigação contra ele no Conselho de Ética da Casa. O senador tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM) já encaminhou uma nova denúncia contra o presidente da Casa por quebra de decoro parlamentar. Já o senador José Nery (PSOL-PA) pediu que o Conselho seja instalado imediatamente para que as denúncias contra Sarney sejam averiguadas.
Ao justificar sua decisão, Virgílio disse acreditar que o presidente da Casa teria mentido ao afirmar que não participa da administração da Fundação que leva o seu nome.
O senador também encaminhou pedido ao TCU (Tribunal de Contas da União) para que o orgão audite a obra de reforma do prédio do Palácio do Planalto que ele diz não ter sido incluída no Plano Plurianual de Investimento.
Nery já disse que seu partido examina a possibilidade de aparecer com outra representação contra Sarney, desta vez por quebra de decoro parlamentar em razão de suposta mentira em relação à Fundação José Sarney.
Mas ele também estuda a possibilidade de pedir o Ministério Público que investigue todas as denúncias envolvendo o Senado.
Enquanto o Conselho de Ética não entra em campo, outros senadores, como Pedro Simon (PMDB-RS), voltaram a pedir a renúncia ou o afastamento temporário de Sarney.
Conselho
Desativado desde março, o Conselho de Ética do Senado deve ganhar novos integrantes a partir desta terça-feira. Segundo reportagem do blog do Josias, os senadores vão votar em plenário para escolher os 15 nomes que vão integrar o órgão, cuja primeira tarefa será justamente a análise de duas representações formuladas contra Sarney.
A oposição pressiona para que a primeira reunião seja feita antes do recesso parlamentar, de preferência ainda hoje. A avaliação é de que as chances de prosperaram os processos são quase nenhuma porque o presidente do Senado possui maioria no Conselho.
Atos secretos
Sarney deu um passo nesta segunda-feira no sentido de desfazer as irregularidades dos atos secretos. Ele determinou nesta segunda-feira a anulação das 663 decisões administrativas mantidas em sigilo nos últimos 14 anos.
O presidente do Senado sustentou que todos os servidores contratados por atos sigilosos terão efeito imediato, isto é, serão demitidos "a partir da publicação" de sua decisão, prevista para esta terça-feira no "Diário Oficial do Senado". A decisão foi considerada polêmica, isso porque o comando da Casa não tem ideia de quantos servidores serão atingidos pela medida.