Politica

Oposição critica governistas por formação de CPI "chapa branca" para investigar Petrobras

postado em 14/07/2009 16:34
A oposição aproveitou o início dos trabalhos da CPI da Petrobras nesta terça-feira para afirmar que vai fazer uma investigação técnica, e não política da estatal. Os tucanos reclamaram que o governo emplacou uma CPI chapa branca ao concentrar os cargos de comando. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do pedido de criação da CPI da Petrobras, afirmou nesta terça-feira, durante a instalação da comissão, que a investigação da estatal é uma medida "patriota". "É um ato patriótico investigar qualquer suspeita de irregularidade da maior empresa do Brasil. Temos que valorizar a empresa e recolocar no patamar técnico que ela sempre ocupou a empresa de maior domínio de exploração de petróleo em águas profundas", afirmou. O tucano reclamou da resistência dos governistas em dividir com a oposição os cargos de comando da CPI. "O que lamentamos é o fato de não respeitarmos agora a tradição do Senado Federal, de que uma CPI tenha no seu comando, uma divisão de responsabilidade entre maioria e minoria. Sempre foi assim. A candidatura da oposição tem o sentido de marcar posição política em razão ao desrespeito à tradição. Não há pretensão de vencer no voto, já que o resultado é conhecido. É manifestar o inconformismo da atitude governista de não compartilhar para a realização dos trabalhos", disse. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), também reforçou às críticas e chamou de golpe a exclusão da oposição nos cargos de comando. "Nas CPIs dos Cartões Corporativos, ONG´s e Pedofilia, em todas elas coube uma das funções à minoria. Golpe parecido foi tentado com êxito na CPMI do mensalão, que não deu certo e se investigou contra a vontade do governo", disse. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que a CPI é necessária para preservar o patrimônio dos brasileiros. Guerra disse que a reação da CPI ao pedido de investigação foi inesperado. "Nós não vamos ser responsáveis, não vai sobrar para nós a acusação de imprudentes. Nós não entramos nessa CPI de brincadeira, sabemos da importância dela, mas a reação à nossa iniciativa foi brutal, absolutamente desproporcional. Medidas extremas começaram a ser adotadas, a mais extrema de todas: o presidente da República afirmou que não cabia CPI nenhuma, que nós não desejávamos que a Petrobras funcionasse, que nós estávamos empenhados em danificar a Petrobras", disse. Depois de quatro adiamentos, os governistas compareceram à reunião da CPI. O presidente interino, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), convocou a eleição do presidente. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), apresentou o nome do senador João Pedro (PT-AM), para a presidência e do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), para vice-presidente. A oposição lançou o nome do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para presidência e do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) para vice-presidente. A votação na CPI é secreta, mas a expectativa é que a chapa governista ganhe pela ampla maioria. Depois de eleito o presidente, ele terá que indicar o relator. A base governista fechou acordo e definiu que o relator será Jucá.

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