postado em 14/07/2009 16:54
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou hoje com força total a campanha para eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto. Em visita a Alagoas, acompanhado da ministra, o presidente disse que vai eleger sua "sucessora". "Está chegando o ano eleitoral. E eu não posso falar de eleição. Mas eu só vou dizer uma coisa para vocês. Pode escrever. Eu vou fazer, vou ajudar a eleger a minha sucessora", disse Lula, ao discursar na cerimônia de inauguração de uma adutora em Palmeira dos Índios, no interior do Estado. Após uma longa pausa para aplausos, o presidente emendou: "Ou sucessor".
A obra inaugurada hoje faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), coordenado por Dilma, e teve contrapartida do governo alagoano. Ao iniciar o discurso, ao lado do governador tucano Teotonio Vilela Filho, Lula havia dito justamente que a parceria servia de prova de que o objetivo não era buscar votos. "O que aconteceu aqui é que nós não estamos pensando em 2010", disse Lula, que foi exaustivamente elogiado pelo tucano em seu próprio discurso.
Ainda assim, ao final da fala, o presidente voltou a citar a disputa eleitoral, dessa vez criticando um discurso semelhante ao que guiou o início de sua vida política. "Na época das eleições, pobre tem um valor incomensurável. A coisa mais habitual em época de eleição é a gente ver candidato xingar banqueiro, xingar grande empresário, xingar usineiro. E o povo é maravilhoso. Passadas as eleições, o povo nunca mais é chamado para nada", disse Lula.
Ao exaltar sua preocupação com o Nordeste, Lula destacou que, em decorrência das dificuldades da região, é justamente ali que está a maioria dos beneficiários da Bolsa-Família. "Muita gente, quando nós criamos o Bolsa-Família, falou que era esmola. Mas quem fala que é esmola normalmente é gente que não precisa do Bolsa-Família", rebateu.
Dilma, que discursou antes de Lula, passou longe do tema eleição. Depois de trocar o nome da cidade por Palmeira das Missões, ela investiu na aproximação com o Nordeste, base eleitoral de Lula. "Precisou outro nordestino chegar à Presidência do Brasil para que a vida difícil desse povo começasse a mudar", disse a ministra.