Politica

Depoimento aponta que esquema na Funasa foi usado para beneficiar campanhas eleitorais

postado em 14/07/2009 19:18
Investigação de desvio de verba de convênios da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) no Tocantins denunciam que esquema foi usado para beneficiar campanhas eleitorais. O secretário estadual de Infraestrutura, José Edmar Brito Miranda, pai do governador Marcelo Miranda (PMDB), teria participado do esquema, investigado pelo Ministério Público. Ouvido pelo Ministério Público no dia 15 de junho, o engenheiro Francisco de Paula Vitor Moreira afirmou que entre os beneficiados estariam "candidatos do PT e de outras agremiações" indicadas por João dos Reis Ribeiro Barros, ex-coordenador regional da Funasa no Tocantins, afastado do cargo pela Justiça após a descoberta das fraudes. O engenheiro disse ainda que o deputado federal Osvaldo Reis (PMDB-TO) recebeu R$ 700 mil em 2008 de uma empreiteira para beneficiá-la na disputa de uma licitação. O advogado de Barros, o assessor do deputado e o secretário Miranda negaram as práticas. O procurador da República Rodrigo Luiz Bernardo Santos, responsável pelas investigações, não quis falar sobre o caso alegando segredo de Justiça. No depoimento, Moreira disse que Barros "tem um acordo com Osvaldo Reis", que teria indicado o ex-coordenador para o cargo, o que é negado pela assessoria do deputado. Ao Ministério Público, Moreira afirmou ainda que Barros exigia 2% do valor dos contratos que as empresas mantinham com a Funasa. Para uma empreiteira, disse o engenheiro, o ex-coordenador pediu R$ 500 mil "visando a construção de base eleitoral para eleições de 2010". Ele disse ainda que um empresário do interior do Estado se negou a pagar propina e foi boicotado nas licitações. Outro lado O secretário da Infraestrutura do Tocantins, José Edmar Brito Miranda, disse, por meio de nota da Secretaria de Comunicação do governo, "desconhecer qualquer denúncia" envolvendo seu nome e que sua relação com o deputado federal Osvaldo Reis (PMDB) e demais congressistas do Estado é "estritamente institucional". O deputado Osvaldo Reis não foi localizado pela reportagem. Segundo sua assessoria de imprensa, ele está em licença médica e se recupera de cirurgia. Sua assessoria parlamentar disse que Reis não tem conhecimento do teor das acusações e atribuiu às denúncias a uma "atitude de desespero de pessoas que não têm credibilidade e disparam a metralhadora para se safar dessa situação". Já o advogado Joan Rodrigues Milhomen, defensor de João dos Reis Ribeiro Barros, coordenador afastado da Funasa, disse que seu cliente "não tem participação direta" no desvio de verba. "Ele também era enganado, não tinha ciência [dos fatos]", disse. Com informações da Agência Folha

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