postado em 15/07/2009 19:55
A escolha do senador Paulo Duque (PMDB-RJ) para presidir o Conselho de Ética do Senado foi criticada pela oposição. Senadores do PSDB e do DEM acusam os governistas de "tratorarem" o colegiado para blindar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de denúncias por quebra de decoro parlamentar no colegiado.
A oposição ameaça levar as discussões sobre as denúncias contra o peemedebista para o plenário do Senado, onde a relação de força com os governistas é mais equilibrada. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reclamou da manobra do PMDB que rompeu o acordo com outros partidos governistas e descartou a candidatura do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que contava com o aval dos oposicionistas.
"Essa mudança foi péssima. Foi um tratoraço. Foi uma atitude sofrível, já dá um sinal de como será a condução dessas denúncias", disse Demóstenes.
O líder do DEM, Agripino Maia (RN), disse que foi inesperada a saída de Valadares. "O que eu sabia era de que uma pessoa, que tem bom trânsito entre o governo e a oposição, seria o candidato, e este candidato de repente renuncia à cadeira. Mais do que esquisito, é suspeito". O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ameaçou recorrer ao plenário, caso não aprove as medidas adotadas pelo peemedebista. "Estamos preparados burocraticamente e politicamente. Recorrer-se ao plenário do conselho e, em seguida, ao plenário da Casa, quantas vezes for necessário", disse.
Segundo Demóstenes, se o processo contra Sarney não for levado adiante, a oposição poderá recorrer até mesmo ao STF (Supremo Tribunal Federal). "Se o Paulo Duque vier como tropa de choque do governo, desrespeitando a Casa, isso lhe á problemas", afirmou.