Politica

Oposição quer trocar presidente do Conselho por antecipar intenção de absolver Sarney

postado em 16/07/2009 13:12
A oposição vai apresentar no retorno do recesso parlamentar, em agosto, um requerimento pedindo a troca do presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Paulo Duque (PMDB-RJ). O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que o peemedebista desrespeitou o regimento do colegiado ao minimizar as denúncias por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) após ser eleito para comandar o conselho. Para o tucano, Duque antecipou seu voto. "O presidente Paulo Duque tem que se acostumar a não dizer bobagens. É o caso de pedir a substituição dele, alguém que está dizendo, como juiz, que antes de ler já julga que é tolice o que vai ser julgado não é talvez o juiz mais isento", disse. Duque.
[SAIBAMAIS]
Ao ser questionado sobre o possível pedido de substituição, Duque negou que já tenha parecer para as quatro denúncias contra Sarney. "As representações estão guardadas, ainda não comecei examinar. Vou estudar cada uma delas respeitosamente. Agora, me diga onde eu antecipei. Só fiz aquele juízo porque ninguém ao certo sabe o que são esses atos secretos. Eu mesmo nunca fui beneficiado por eles", afirmou.

Duque afirmou ontem que não existe "independência total na política e que considera os atos secretos uma "grande bobagem" algo "inventado por alguém". Em defesa de Sarney, Duque, também afirmou que não é o caso de haver julgamento por causa da contratação de parentes. "(Sarney) prestou muitos serviços ao país. Ficarem vasculhando a vida dele porque nomeou um neto é bobagem." Como presidente do conselho, ele pode arquivar sumariamente as três denúncias e a representação que pedem a cassação do mandato de Sarney.

Substituição natural
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que seria natural essa substituição e que espera que os integrantes do colegiado se mobilizem. "O presidente do conselho é tão ético que vai para lá dizer que vai proteger o Sarney, com todas as letras. O conselho deixou de ser ético porque seu papel é colocar panos quentes", disse.

Virgílio disse ainda avalia manobras jurídicas para tentar levar para o plenário do Senado as denúncias contra Sarney caso Duque trabalhe de forma irregular a favor de seu aliado. "Nós vamos ter dias tumultuados ali. Avisei que nós estamos preparados política e burocraticamente para defender nossa posição nesse episódio", disse.

Duque é considerado integrante da tropa de choque do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Suplente do governador Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), tem perfil considerado intempestivo. Ao ocupar a presidência do colegiado, Duque tem a prerrogativa de rejeitar sumariamente todas as denúncias.

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