postado em 16/07/2009 15:38
Uma manifestação em frente à casa da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), na manhã desta quinta-feira terminou com seis pessoas detidas por desacato à autoridade e tentativa de invasão. O protesto pedia o impeachament da tucana, que enfrenta uma crise no seu governo.
A reportagem procurou a assessoria da governadora, que ainda não se posicionou sobre a manifestação.
Entre os detidos estava a vereadora de Porto Alegre Fernanda Melchionna (PSOL) e a presidente do Cpers (Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul), Rejane Oliveira, uma das responsáveis pela organização do protesto. Todos foram liberados por volta das 12h30.
A vereadora comparou o episódio ao período da ditadura militar, pois foi presa sem motivo. ""Fui [presa], independente de não ter nenhum argumento para me prenderem", disse Melchionna, que pretende entrar uma ocorrência de abuso de autoridade contra os policiais por abuso de autoridade.
A reportagem procurou a Brigada Militar, que não se manifestou sobre o caso. A presidente do Ceprs não foi localizada para comentar o assunto.
O protesto começou por volta das 7h e durou cerca de duas horas. Os manifestantes levaram um contêiner semelhante ao usado nas "escolas de latas" do Estado e gritavam palavras de ordem. Cerca de 200 pessoas participaram do ato, a maioria professores, sindicalistas e estudantes.
A governadora reagiu ao protesto e discutiu com os manifestantes. Em resposta aos ataques, a tucana apresentou um cartaz escrito à mão: "Vocês não são professores. Torturam crianças. Abram alas que minhas crianças têm aula".
A Brigada Militar foi acionada e policiais do Batalhão de Operações Especiais foi até o local. Segundo os organizadores do ato, os policiais retiraram os manifestantes da frente da casa da governadora --localizada em bairro nobre de Porto Alegre-- e continuaram o protesto cerca à uma distância de 50 metros. Já no final da manifestação, as sete pessoas foram detidas.
Os manifestantes decidiram fazer o protesto em frente à casa da governadora porque o imóvel é suspeito de ter sido comprado com dinheiro de caixa dois da campanha eleitoral de 2006.
Palácio Piratini Após a manifestação em frente à casa de Yeda, os manifestantes continuaram o protesto em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram do ato contra a governadora.
Os manifestantes soltaram mil balões pretos em sinal de luto pela situação do governo gaúcho.
Yeda e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006.