postado em 16/07/2009 15:44
Em discurso no primeiro Encontro Nacional dos Estudantes do ProUni (Programa Universidade para Todos), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que seu governo criou um novo paradigma na relação entre Estado e sociedade e voltou a incentivar que os líderes façam reivindicações ao governo federal. "Se eu não puder atender, vou dizer que não posso atender, mas tem que fazer [reivindicação]", disse.
Em reação à afirmação da presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Lúcia Stumpf, de que era o primeiro presidente a participar de um congresso da entidade nos 72 anos de sua história, Lula afirmou que é, na realidade, o "primeiro presidente da República a ter coragem de se reunir com os reitores". Na presença de onze ministros, entre eles Dilma Rousseff (Casa Civil), e para uma plateia de 3.000 estudantes, o presidente defendeu o programa federal de bolsas universitárias.
"Quando decidimos criá-lo, sofremos resistência. Diziam que o governo estava passando dinheiro para escolas particulares. Nós sabemos o quanto foi importante a gente construir na área da educação o que estamos colhendo." O presidente também disse estar contente com a realização do encontro. "Eu tinha uma vontade que a UNE não representasse apenas as universidades públicas, que sentisse o drama das pessoas que não conseguem passar".
Antes de começar seu discurso, o presidente brincou dizendo que diminuiria seu texto porque a primeira-dama, Marisa Letícia, havia acabado de ligar para lembrá-lo do almoço marcado com o novo diretor-presidente da Embrapa. No encontro, Lula e Stumpf emolduraram suas mãos em um bloco de cimento, que foi chamado por estudantes de "pedra fundamental" da nova sede da entidade no Rio de Janeiro. O imóvel será levantado no mesmo local onde funcionou a primeira sede da UNE, mas que foi incendiado durante a ditadura militar.
Durante o evento, os estudantes do ProUni entregaram uma carta ao presidente com sugestões regionais de alterações ao programa. "A carta foi debatida nas reuniões da entidade e é assinada por todos os alunos do programa", disse Stumpf.
Marcha Após o encontro, os estudantes da UNE pretendem realizar uma marcha em defesa do pré-sal. Eles vão se concentrar na Catedral de Brasília e de lá partirão em direção ao Congresso Nacional.
"Vamos sair em marcha pelo Congresso para defender o pré-sal e a Petrobras. Sabemos que essa luta é necessária", disse Stumpf. Segundo reportagem da *Folha* publicada hoje, a Petrobras é uma das patrocinadoras do congresso da UNE e destinou R$ 100 mil ao evento.