postado em 16/07/2009 19:27
Aliado do presidente do Senado, José Sarney, e do líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), o novo presidente do Conselho de Ética deixou claro hoje que não está se importando com a repercussão de suas decisões na opinião pública. "Não estou preocupado com isso. A opinião pública é muito volúvel. Ela flutua", afirmou Duque. "Não temo ser cobrado por nada. Quem faz a opinião pública são os jornais, tanto que eles estão acabando" ironizou o senador. Duque disse ainda que "nomeações políticas sempre existiram desde que o Brasil foi descoberto".
O recém-eleito presidente do Conselho já sinalizou a disposição de mandar arquivar tanto as denúncias feitas pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM) quanto a representação do PSOL contra Sarney, por falta de decoro. Pelo regimento, Duque tem poderes para barrar a investigação logo no início, mas a oposição já avisou que vai recorrer de sua decisão. A primeira reunião do Conselho de Ética está marcada para 5 de agosto. O Conselho terá de analisar as denúncias apresentadas pelo líder tucano e a representação do PSOL contra Sarney.
Em duas denúncias, Virgílio solicita ao Conselho que apure a suposta responsabilidade de Sarney na edição dos 663 atos secretos, além da suspeita dele ter usado o cargo para favorecer a Fundação José Sarney. A representação do PSOL pede a punição de Sarney por quebra de decoro no caso dos atos secretos. O partido também pediu a abertura de processo contra Calheiros.