Politica

Bolsa Família, que será usado para turbinar a candidatura de Dilma, tem reajuste confirmado

postado em 22/07/2009 09:03
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ontem que o Bolsa Família será reajustado nos próximos meses, apesar de não comentar valores ; estima-se que o aumento do benefício gire na casa dos 5%. O programa será uma das principais armas na campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, postulante ao cargo hoje ocupado por Lula, no pleito de 2010. E também reforça a imagem do governo, que tem intensificado os gastos com projetos de cunho social. Uma das bandeiras levantadas pelos governistas é que, apesar da crise econômica e da queda na arrecadação de tributos, não houve diminuição nos investimentos em programas sociais. Em janeiro deste ano, um dia depois de o governo anunciar um corte de R$ 37 bilhões no Orçamento, o Bolsa Família recebeu mais 1,3 milhão de adesões em sua lista de beneficiados. Assim, até outubro, o número total de atendidos pelo programa no país chegará a 12,4 milhões ; pouco mais que o triplo de atendimentos em 2003, quando o programa foi implantado. O benefício varia de R$ 20 a R$ 182 por mês às famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 137. Todos os beneficiários estão listados em um cadastro único, criado pelo governo para evitar fraudes e agregar todas as informações da família beneficiada num único espaço. O peso eleitoral do programa é expressivo ; o sucesso do Bolsa Família foi um dos fatores apontados para a larga vitória do presidente Lula sobre seu oponente, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nas eleições de 2006 nos estados da Região Nordeste. E, em 2010, o programa terá, mais uma vez, papel relevante nas eleições presidenciais. A intenção é apontar o principal programa social do governo como um dos responsáveis pelo crescimento do consumo interno. ;É um dinheiro que o governo distribui para ser aplicado em todas as cidades. Isso cria uma possibilidade de consumo;, afirma o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (SP). Apesar de, no passado, reajustes como o previsto para este ano terem sido apontados como ;eleitoreiros; pela oposição, agora, o Palácio do Planalto sabe que dificilmente enfrentará críticas dos oposicionistas. ;O reajuste de um benefício que está ajudando as pessoas não pode ser negativo;, afirma o presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ). No início do mês, o partido lançou a Agenda Família, implantado na cidade de Paulo Afonso, no interior da Bahia. O projeto atende, inicialmente, 35 famílias e, segundo Maia, se diferencia do programa do governo federal por analisar, caso a caso, as necessidades das famílias atingidas. ;O governo não está conseguindo enxergar o futuro dessas famílias e fazer com que elas não dependam mais do governo no futuro;, afirma o parlamentar. A crítica também foi feita por um leitor na coluna semanal O presidente responde. No texto, publicado em periódicos de todo o país, Lula defendeu mais uma vez o programa. Ele rebateu as críticas e afirmou que o Bolsa Família ;também ensina a pescar, porque os beneficiados têm que comprovar os cuidados com a saúde e a frequência escolar dos filhos;. Mas ressaltou que ;também precisa dar o peixe. Só quem passou fome sabe a dor de ver os filhos sem ter o que comer;. Exigências As famílias beneficiadas pelo programa se comprometem a manter os filhos na escola e a seguir o calendário de vacinas. Assim, crianças e adolescentes de até 15 anos em idade escolar precisam frequentar 85% das aulas (para jovens entre 16 e 17 anos, o índice é de 75%) para continuar tendo acesso ao benefício. Diante dos bons resultados do programa, o Bolsa Família, que chegou a ser classificado de ;esmola; no passado, está longe de ser o alvo principal da oposição nas eleições de 2010. Enquanto as críticas se voltam para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família continua sendo o carro-chefe do governo na disputa pelo Planalto. <--
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