Politica

Convocação antecipada do Conselho de Ética depende de Sarney

postado em 23/07/2009 16:37
A tentativa dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) de antecipar a reunião do Conselho de Ética para a próxima semana depende exclusivamente do aval do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A ideia de Simon e Buarque é iniciar, antes do fim do recesso parlamentar, as discussões no colegiado das quatro denúncias e da representação que foram apresentadas contra Sarney. Segundo assessores do colegiado, o regimento do Senado só permite que as comissões e o conselho funcionem durante o recesso parlamentar se houver uma convocação extraordinária, que precisa ser solicitada e oficializada por Sarney. A assessoria do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), informou que ele está descansando com familiares em uma cidade no interior do Rio de Janeiro e por enquanto não se manifestaria sobre o pedido dos senadores. Cristovam afirmou que trabalha para convencer Duque a convocar uma reunião informal. "A nossa proposta é começar a discutir a situação do presidente Sarney que está insustentável e mostrar para a opinião pública que não estamos de férias", disse. Além da convocação do Conselho de Ética para antes do fim do recesso parlamentar em agosto, Simon e Cristovam voltaram a defender nesta quinta-feira a renúncia de Sarney. "Chegamos a um limite em que alguma coisa tem que ser feita. Vamos fazer um pedido dramático para que Sarney renuncie. Ele tem que entender que deve renunciar. Se renunciar, um novo capítulo no Senado começa. Se não renunciar, vai ser uma guerra", disse Simon, após reunião com Cristovam. O pedetista disse assinar embaixo nas declarações de Simon. "Não adianta mais falar em licença. Vamos fazer este apelo pela renúncia de Sarney." Simon disse que não acreditava na isenção de Duque na presidência do colegiado. "Não adianta mais tomar medidas. Ninguém acredita nelas. O Senado chegou a um ponto que eu nunca vi na minha vida. A opinião pública vê com deboche a Casa." O colegiado vai investigar quatro denúncias do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e uma representação do PSOL contra Sarney. Duque, como presidente do colegiado, tem autonomia para arquivar sumariamente as acusações. O presidente da Casa foi denunciado por causa de seu envolvimento com os atos secretos, pela suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores do Senado e também pela suspeita de ter usado o cargo para interferir a favor da fundação que leva seu nome.

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