Politica

CPI da Petrobras discutirá altos salários pagos a ex-sindicalistas

Isabella Souto
postado em 24/07/2009 08:44
O pagamento de altos salários pela Petrobras a um grupo de pelo menos 20 ex-sindicalistas vai ser tema da comissão parlamentar de inquérito (CPI) instalada no Senado no último dia 14 para investigar supostas irregularidades envolvendo a estatal e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). Conforme mostraram na edição de ontem o Estado de Minas e o Correio Braziliense, o grupo recebe da Petrobras e de empresas subsidiárias um salário médio de R$ 40 mil, incluindo participação nos lucros da empresa. O valor equivale a 40 vezes o piso salarial da categoria, de cerca de R$ 1 mil.

Autor do pedido de criação da CPI da Petrobras, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) promete apresentar um requerimento para inclusão das denúncias feitas pelos jornais na lista de investigações da CPI (1)na primeira reunião depois do recesso parlamentar, marcada para 6 de agosto. Para que o assunto seja incluído na pauta é necessário o voto de pelo menos cinco dos outros nove integrantes ; em caso de empate, caberá ao presidente João Pedro (PT-AM) a palavra final.
[SAIBAMAIS]
;Embora a questão salarial não seja um fato determinante da CPI, não podemos ignorar essa afronta aos demais servidores públicos;, argumentou o senador tucano. De acordo com ele, a Petrobras ; que é uma empresa de economia mista, mas tem predominância do setor público ; deveria seguir o teto salarial estabelecido pela Constituição, que equivale ao vencimento hoje pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): R$ 24,5 mil mensais. ;Mesmo que isso (o salário) fosse legal, não é moral. São salários que extrapolam o bom senso no país;, reclamou.

Remanescentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), uma organização trabalhista ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), os ex-petroleiros estão empregados especialmente nos departamentos de Comunicação Institucional e de Recursos Humanos.


1 - LONGA LISTA
A CPI da Petrobras foi instalada há 10 dias e terá seis meses para investigar irregularidades envolvendo a Petrobras e a ANP. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União encontraram indícios de irregularidades na reforma de plataformas de exploração de petróleo, superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, desvio de dinheiro dos royalties do petróleo e fraudes nos pagamentos de indenizações feitos pela ANP a usineiros. O uso das verbas de patrocínio e supostos artifícios contábeis para burlar a Receita Federal também estão na pauta.

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